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Armazenamento em nuvem e iOS 5 são os últimos legados de Jobs

6 out 2011 - 08h16
(atualizado às 08h43)
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A Apple saberá aguçar a criatividade de seus funcionários para manter a empresa no caminho de sucesso e continuar empurrando à indústria tecnológica com inovações apesar da ausência de Steve Jobs, cujo último legado, o iCloud e o sistema operacional móvel iOS 5, aterrissa no mundo todo na próxima quarta-feira.

Uma das últimas aparições de Steve Jobs foi no WWDC, evento para desenvolvedores, no qual apresentou o iCloud
Uma das últimas aparições de Steve Jobs foi no WWDC, evento para desenvolvedores, no qual apresentou o iCloud
Foto: EFE

Jobs, o homem que despertou o amor e o desejo da humanidade pela tecnologia, lutava contra o câncer desde 2004, mas seu instinto de superação permitiu seguir agregando valor para a companhia da maçã e inclusive tirar forças para apresentar o iCloud e o iOS no dia 5 de junho durante a Conferência anual de Desenvolvedores da Apple 2011 (WWDC).

Nesta terça-feira, a companhia responsável pelo iPhone, o Mac e o iPad fez frente à primeira apresentação - bastante sem graça - sem Jobs e com Tim Cook como executivo-chefe. Entre as novidades estava o iPhone 4S e o assistente de controle de voz Siri, que tiveram detalhadas suas características do conjunto de serviços em nuvem iCloud e do sistema operacional para dispositivos móveis iOS 5.

O iCloud procura reunir e manter os conteúdos dos usuários de forma automática e com independência do dispositivo físico graças ao funcionamento baseado em tecnologia sem fio. Com a proposta de download gratuito e compatível com os dispositivos da companhia da maçã e os PC, a Apple pretende se transformar em uma autoridade em matéria de serviços em nuvem, depois de que sua tentativa anterior, o MobileMe, não alcançasse o êxito esperado.

Com o iCloud, o que se quer é reunir em nuvem os conteúdos do iPhone, iPod Touch, iPad, Mac e PC, de modo que possam ser acessados com independência do dispositivo e dispor sempre de sua versão mais atualizada. Assim, o conteúdo se armazena de forma automática e sem fio e é distribuído a todos os dispositivos sem precisa de sincronização, informa a Apple.

Um dos serviços do iCloud é o iTunes em nuvem, que permite ouvir - e também baixar - músicas novas ou já compradas por meio dessa plataforma a partir de todos os dispositivos do usuário. Da mesma maneira, será possível acessar a partir dos diferentes equipamentos os aplicativos e livros comprados na App Store e na iBookstore. Com os "fotos em streaming" se pode armazenar em nuvem imagens feitas a partir dos dispositivos móveis ou importar as de uma câmera digital e assim vê-las em todos os dispositivos que estejam conectados com o iCloud.

Para armazenar sem riscos os demais de documentos do usuário, iCloud inclui um serviço de cópia de segurança que atualiza os conteúdos de forma automática e via wi-fi a cada dia. Este produto também é compatível com os documentos de iWork e as ferramentas Apple Pages, Numbers e Keynote e funciona com os aplicativos Contatos, Calendários e Mail.

Já o iCloud será gratuito para os usuários do iPhone, iPad, iPod Touch com sistema operacional iOS 5 e Mac com OS X Lion que tenham uma conta válida da Apple. Os usuários vão dispor de 5 GB de espaço - ampliável prévio pagamento - para e-mail, armazenamento de documentos e cópias de segurança, enquanto aqueles conteúdos que tenham sido comprados por meio do iTunes, iBookstore ou da loja de aplicativos não terão limite de armazenamento.

Por sua vez, o sistema operacional iOS 5 - que acompanhará o iPhone 4S e poderá ser baixado para os iPhone 4 e 3G -, incluirá 200 novos recursos, entre estes o inovador serviço de mensagem iMessage.

Steve Jobs morre aos 56 anos

O cofundador e ex-presidente do conselho de administração da Apple morreu nesta quarta-feira aos 56 anos, vítima de um câncer no pâncreas que vinha tratando desde 2003. Perfeccionista, criativo, inovador e ousado, ele ajudou a tornar os computadores mais amigáveis e revolucionou a animação, a música digital e o telefone celular. Jobs marcou o mundo da tecnologia ao apresentar produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Afastado da empresa desde 17 de janeiro para cuidar da saúde e sem prazo para voltar, o executivo renunciou ao cargo em 24 de agosto. "Sempre disse que, se chegasse o dia que eu não pudesse mais cumprir minhas funções e expectativas como CEO da Apple, seria o primeiro a informar. Infelizmente, esse dia chegou", dizia a nota à época.

A saúde de Jobs virou notícia em 2004, quando ele anunciou que passara por uma cirurgia para remover um tipo raro de câncer pancreático, diagnosticado em 2003, e que a operação fora bem-sucedida. Depois, em 2009, Jobs fez um transplante de fígado e ficou afastado da companhia que fundou ao lado do engenheiro Steve Wozniak por vários meses. Mesmo com as licenças, Jobs continuou ativo na tomada de decisões da empresa, chegando se reunir a portas fechadas com o presidente americano, Barack Obama, em fevereiro, e lançar o iPad 2, em março, surpreendendo ao subir ao palco para apresentar o produto.

Detalhes do estado de saúde de Jobs sempre foram um mistério. Uma fotografia que mostrava o executivo muito magro e com aparência debilitada (sobre a qual recaíram suspeitas de manipulação) foi publicada pelo site americano de celebridades TMZ dois dias após ele ter deixado o cargo de presidente-executivo da Apple. Em fevereiro, Jobs foi fotografado pelo jornal americano The National Enquirer na mesma clínica onde o ator Patrick Swayze, morto em setembro de 2009, recebeu tratamento para câncer de pâncreas.

EFE   
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