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As ideias devem se cruzar, diz filósofo da tecnologia

Cineasta Jason Silva acredita que a criação de espaços para compartilhar ideias pode acelerar a evolução

13 jul 2013 - 11h00
(atualizado em 14/7/2013 às 09h48)
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<p>Redes sociais possuem o poder da multiplicação das ideias</p>
Redes sociais possuem o poder da multiplicação das ideias
Foto: Divulgação

Criar espaços para o compartilhamento de ideias e aceitar as mudanças promovidas pela tecnologia podem acelerar a evolução, acredita o futurista e cineasta Jason Silva (@JasonSilva). Partindo dessas premissas, ele colabora para a difusão de conhecimento com vídeos na internet, palestras para empresas como Google e IBM, participações em talk shows na televisão americana e a apresentação de um programa chamado Mind Games (“Jogos da Mente”, em português) para o canal National Geographic.

Aos 31 anos, nascido na Venezuela e radicado nos Estados Unidos, Silva apresenta a ciência de um jeito diferente. Com entusiasmo, o cineasta embala o conhecimento para o consumo do espectador. Ele chama os vídeos publicados na internet de “expressos filosóficos”: têm curta duração (três minutos, em média) e sequências frenéticas de imagens e informações narradas de forma instigante sobre a evolução humana e o potencial tecnológico da espécie.

Abertura Radical, uma simbiose entre homens e máquinas:

Em Radical Openness (“abertura radical”, em português), por exemplo, que foi exibido na Conferência TEDGlobal 2012, em Edimburgo, na Escócia, uma colagem de referências serve de cenário para uma apresentação da simbiose entre humanos e máquinas.

“Meus vídeos são como filosofia pop para a geração YouTube, trailers para grandes ideias. Eles olham para a tecnologia, evolução, o poder da imaginação e ajudam as pessoas a pensar exponencialmente”.

Para isso, Silva defende o questionamento constante aos dogmas da humanidade.

“O hábito torna as coisas obsoletas. É preciso sair da nossa zona de conforto regularmente, como uma espécie de botão de reinício criativo”, diz.

<p>Jason apresenta um programa chamado <em>Mind Games</em> (Jogos da Mente, em português) para o canal National Geographic</p>
Jason apresenta um programa chamado Mind Games (Jogos da Mente, em português) para o canal National Geographic
Foto: Divulgação

Em sua visão, a quebra desse paradigma ocorre, por exemplo, quando a população reúne-se nas redes sociais e vai às ruas reivindicar um país livre da corrupção. Nesses momentos, a livre troca de ideias pode transformar uma sociedade.

De acordo com o filósofo, a onda de manifestações populares no Brasil escancara o poder dos indivíduos na era conectada: “formar redes de parceria descentralizadas que podem se auto-organizar e mover montanhas”. A saída às ruas - ou, pelo menos, da zona de conforto - é um recado permanente em sua obra.

As redes sociais são plataforma importante para um conceito bastante utilizado por Silva, acerca do poder da multiplicação de ideias e do conhecimento produzido a partir do cruzamento entre elas. “Precisamos nos ver como vetores para a transmissão de ideias. As ideias são a evolução. As ideias devem se cruzar”, reitera.

Obstáculos

Mas mover montanhas não é fácil. A evolução da humanidade sempre foi marcada por desconfianças em relação à novidade. “Quando a escrita foi inventada, intelectuais costumavam criticá-la, dizendo que nossos cérebros apodreceriam, porque estávamos escrevendo tudo. Como se pode ver, eles estavam errados”, destaca.

Da mesma forma, pode-se conceber que hoje críticos de novidades tecnológicas também estejam reféns de conhecimento que se encontra em plena transformação. A mudança é exponencial. O smartphone e o tablet são símbolos dessa nova era, mas mudanças bem mais profundas puderam ser divisadas recentemente. Para as próximas décadas, a ciência reserva avanços em biotecnologia, bioengenharia, geoengenharia, impressão de órgãos e nanotecnologia “que pode levar o universo a caber na ponta do seu dedo”, imagina Silva.

Nem o potencial perigo de vestes robóticas, inteligência artificial e bioengenharia desmotiva Silva. “Se você olhar para a história com uma visão de longo prazo, o mundo ficou mais seguro, mais saudável e mais conectado. A pesquisa de Steven Pinker e o ‘mito da violência’ mostram que ela está em declínio conforme o mundo avança”, pondera. “Além disso, o trabalho de Hans Robling mostra que todos os indicadores mensuráveis da qualidade de vida têm aumentado em cada nação”, completa.

Fonte: Especial para o Terra
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