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Banco troca senhas por identificação com 'dedo vivo'

6 set 2014 - 13h44
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Simon Gompertz

da BBC News

Em vez de usar várias senhas e números, clientes do banco Barclays no Reino Unido poderão acessar sua conta bancária pela internet por um sistema que identifica o padrão único de veias do dedo de cada pessoa.

Apenas um dedo vivo é aceito pelo scanner, reduzindo o risco de que fraudadores decepem ou reproduzam o dedo de alguém para invadir contas bancárias.

A tecnologia é diferente da identificação por impressões digitais.

Um scanner portátil, do tamanho de uma bola de tênis, é conectado à porta USB do computador e usa uma espécie de luz infravermelha para verificar o padrão único das veias no interior do dedo do cliente.

Os bancos estão lançando novas formas de combater fraudes porque os clientes se mostram cada vez mais cansados de tantas senhas ou de ter que usar geradores de números eletrônicos sempre que entram em sua conta.

No início, o Barclays vai oferecer o serviço somente para clientes corporativos.

No entanto, "a autenticação de veias do dedo", como é conhecido, poderá ser oferecida a todos os clientes no futuro.

'Ferramenta'

A nova técnica de identificação de veias do dedo foi usada de forma pioneira pela empresa japonesa Hitachi. Ela já está instalada em caixas eletrônicos no Japão e na Polônia, permitindo que as pessoas saquem dinheiro sem usar um cartão ou senha.

Empresas que adotam a tecnologia podem registrar dedos de diferentes membros da equipe, de modo que uma pessoa possa fazer um pagamento e outro possa aprová-lo.

O aparelho pode ser conectado a computadores diferentes.

Quando é feita uma tentativa de acesso à conta, o usuário é convidado a "colocar o dedo levemente sobre o scanner", que então avisa que "um dedo foi detectado". Se aprovado, o acesso é liberado em segundos.

O Barclays diz que a tecnologia é relativamente cara no momento. O banco vai cobrar os clientes corporativos pela conveniência de ter as máquinas, apesar de não revelar o montante das taxas.

"Para clientes corporativos que fazem muitas grandes transações, isso faz muito sentido", explicou Ashok Vaswani, diretor da área de contas pessoais e corporativas.

Ele adverte que o scanner ainda não está pronto para o mercado geral, onde os clientes resistem mais ao pagamento de taxas extras.

De qualquer forma, a maioria dos clientes comuns prefere usar smartphones para acessar suas contas.

"Obviamente, você não pode usar uma ferramenta tão diferente com o mobile banking", afirmou Vaswani.

"Eu não acho que esta máquina será usado para o varejo, mas alguma versão dela certamente chegará ao varejo."

Seguro

O reconhecimento de veias é considerado uma tecnologia mais segura do que a verificação de impressões digitais, em parte pela exigência de o dedo ser "vivo".

Isso também deve eliminar a possibilidade de um criminoso cortar o dedo de alguém na tentativa de usá-lo para sacar dinheiro de uma conta.

A luz transmitida pelo dedo é parcialmente absorvida pela hemoglobina, que passa através das veias, permitindo que a unidade autentique um padrão de veia do usuário.

A japonesa Hitachi, que vem pesquisando a tecnologia há 15 anos, disse que padrões das veias são estabelecidos desde o útero e se mantém estáveis durante a maior parte da vida de uma pessoa.

Mas a possibilidade de que informações biométrica das pessoas, incluindo padrões das veias, sejam usadas ou exploradas por fraudadores ou mesmo agências governamentais gera preocupação.

O Barclays destaca que os detalhes dos dedos de seus clientes estarão seguros. O banco não vai armazenar os dados em um sistema central e não haverá registro público.

Quando o sistema estiver funcionando no ano que vem, a informação será armazenada em um chip de computador dentro do scanner de forma criptografada.

E, se os fabricantes conseguirem fazer os scanners menores e mais baratos, as pessoas poderão começar a usar o "dedo banking" em lares em todo o Reino Unido.

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