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Blogueira de moda encontra foto sua de biquíni em site de pornografia

12 dez 2012 - 06h46
(atualizado às 08h28)
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A blogueira de moda britânica Poppy Dinsey encontrou fotos dela de biquíni, feitas durante as férias e postadas no site de fotos Flickr, em páginas de pornografia dos Estados Unidos. "Percebi quando googlei meu nome", disse. "Na página seis (dos resultados da busca) apareceram alguns links para este site. Lembro de ter pensado que não era o fim do mundo, não eram (fotos) pornográficas."

Poppy Dinsey ficou incomodada quando fotos suas de biquíni foram parar em um site de pornografia
Poppy Dinsey ficou incomodada quando fotos suas de biquíni foram parar em um site de pornografia
Foto: WIWT / Reprodução

No entanto, os resultados de busca começaram a mudar e estes sites começaram a ir para o topo da lista e Dinsey decidiu agir. "Não queria que as pessoas pensassem que eu tinha colocado as fotos ali. Apesar de as minhas fotos não serem pornográficas, o site era. Eu tentei e não consegui contato com o site."

Dinsey conseguiu entrar em contato com a companhia americana que hospedava o site pornográfico e a empresa acabou sendo fechada devido a desrespeito a direitos autorais. "(...) Fiquei muito irritada com isso. Me senti impotente", afirmou.

Perfis falsos

Dinsey tem um blog no qual posta diariamente fotos das roupas que usa, o What I Wore Today (WIWT, na sigla em inglês, "o que usei hoje", em tradução livre).

Ela admite que muitas fotos dela circulam pela web. "Elas foram tiradas com meu telefone, então eu tenho os direitos", afirmou. No entanto, Dinsey encontrou uma de suas fotos em um perfil falso no Facebook, baseado na Turquia.

Primos adolescentes da blogueira contaram a ela que, muitas vezes, fotos como a sua não são necessariamente roubadas por hackers ou correntes de spam, mas por pessoas que querem esconder a identidade.

"Meus primos, que têm 15 anos, me contaram que é comum professores e pais roubarem fotos de adolescentes atraentes. Eles abrem contas (no Facebook) para virar 'amigos' dos filhos e dos amigos dos filhos para ver o que eles estão fazendo."

Robôs

Outro caso que ilustra o perigo do roubo de imagens na internet é o da jovem modelo Amanda. Uma foto sua, feita em 2009 para um calendário produzido por um jornal do Canadá, circula pela web em várias contas do Twitter. Desde que a foto foi tirada, a modelo mudou de casa, de emprego, se casou e teve um filho. Sem que ela soubesse, a foto começou a circular pela internet.

Amanda foi encontrada pelo jornalista Jason Feifer enquanto ele levantava informações sobre os "robôs do Twitter", contas falsas abertas apenas para divulgar links para sites de spam ou então aumentar o número de seguidores de usuários verdadeiros do site de microblog.

Quando o jornalista contou à modelo sobre o uso de sua foto, ela afirmou que estava preocupada com o que poderiam pensar dela em futuros empregos. Mas, no final das contas, Amanda não sabia como impedir que sua imagem se espalhasse.
 
Feifer tentou entrar em contato com outras pessoas que passaram por situação semelhante, mas Amanda foi a única que aceitou falar com ele. Durante a apuração para a reportagem, ele tentou rastrear até dez fotos por dia. "A maioria das pessoas não sabe o que é um robô do Twitter, elas ficaram desconfiadas", disse o jornalista à BBC.
 
"Não queria perturbá-las. Foi um choque para elas. O primeiro pensamento é que se tratava de roubo de identidade - que alguém está andando por aí como se fosse elas."
 
"De certa forma é verdade, mas o nome delas não está sendo usado. Olhando em perspectiva, os robôs do Twitter são bem inofensivos", afirmou.
 
Golpes

Para Graham Culey, especialista em segurança tecnológica da companhia Sophos, internautas ou grupos que enviam spams usam truques óbvios, mas que funcionam, apelando para sexo e dinheiro e usando fotos para isto. "Existem pessoas por aí que caem nestes truques várias vezes", disse.

Afinal, o objetivo do spam é que o usuário clique em um link. Estes links geralmente levam para um site que vende medicamentos para melhorar o desempenho sexual ou para um site de encontros onde pessoas, se passando por mulheres, pedem o envio de dinheiro. O usuário também pode acabar baixando um vírus no computador.

Até o próprio Culey já passou pelo "roubo" de imagens. Uma foto dele tomando sorvete acabou em um site desconhecido. "Não me importei, mas se você está preocupado com este tipo de coisa, pense muito sobre se você quer divulgar fotos suas. Talvez seja melhor se mostrar de biquíni para os amigos apenas quando encontrá-los", afirmou.

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