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Brasileiros realizam 1ª eleição por celulares com urna digital

23 nov 2009 - 16h50
(atualizado às 16h55)
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Pesquisadores de Santa Catarina realizaram a primeira simulação de eleição direta digital através de telefones celulares. O trabalho serviu para testar a funcionalidade de um software usado em aparelhos e sistemas de mensagens para atender as ações eleitorais.

Software usado em aparelhos e sistemas de mensagens para atender as ações eleitorais foi testado em celulares
Software usado em aparelhos e sistemas de mensagens para atender as ações eleitorais foi testado em celulares
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Especial para Terra

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O procedimento eleitoral, em resumo, é totalmente realizado e apurado através de celulares por intermédio do software chamado Urna Digital, que já vinha sendo testado há algum tempo no Estado. Desta vez, os pesquisadores pretendiam avaliar a eficiência do recebimento de mensagens originadas de celulares em "trânsito", localizados em qualquer ponto do planeta.

A ação reuniu cerca de 40 pesquisadores voluntários do Instituto i3G e o Gesi, grupo de estudos dos sistemas da informação vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi lançada uma pergunta na rede (Você acha que a ONU está cumprindo a sua missão?) para estimular o recebimento de SMS e a apuração em tempo real realizada pela urna digital.

A pergunta foi replicada em redes sociais e a "campanha eleitoral" ocorreu exclusivamente pela internet. Os debates e reuniões do grupo acabaram promovidos em ambientes como o Second Life e sites como ipetitions.

"Hoje temos três vezes mais telefones celulares no mundo em relação a microcomputadores. Há o dobro quando falamos em televisores. Todo mundo lê ou envia mensagens", disse Hugo Hoeschl, um dos responsáveis pela pesquisa. "A democracia digital é algo que pode ser explorado para escolhas eleitorais e também definições do cotidiano, como planos diretores, decisões em empresas e em comunidades".

A eleição foi encerrada na noite da última sexta-feira e foram registrados com sucesso os votos de usuários em países como Quênia, México e Egito. "Mostramos que funciona e uma pessoa em trânsito, mesmo em países tão distantes, pode ter o seu voto contabilizado em tempo real pelo celular", afirma Hoeschl.

Os pesquisadores envolvidos na pesquisa destacam que o projeto foi realizado sem envolvimento de financiamentos ou recursos públicos e privados. A ideia, de acordo com Hugo, é trabalhar o aprimoramento da democracia digital para o uso em eleições, plebiscitos e decisões de governo. "É uma eleição ainda mais barata, com redução de até 90% dos custos em relação ao sistema adotado hoje", disse. "Com a quantidade de celulares existentes no país, o sistema da urna digital pode ampliar a democracia para todo e qualquer tipo de decisão a ser tomada".

Hoeschl ainda defende que o sistema pode ser o sucessor da urna biométrica nos próximos anos. O software da urna digital é livre e a apuração pode ser utilizada em qualquer aparelho compatível com o programa, como smartphones. "Acredito que poderemos ter uma eleição completamente digital, com votos pelos celulares e campanha pela rede", disse. "É seguro, barato, estimula a democracia e participação popular em todas as questões de seu interesse, desde uma decisão dentro da sua empresa à uma demanda em sua própria comunidade".

Fonte: Especial para Terra
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