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PE: brasileira que cursou MIT lança livro de empreendedorismo

28 jul 2012 - 22h44
(atualizado em 23/1/2013 às 15h18)
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Celso Calheiros
Direto de Recife

Bel Pesce foi uma das apresentações mais disputadas deste sábado na Capus Party Recife. A paulistana de 24 anos que está à frente da startup Lemon aproveitou a ocasião para lançar seu livro, A menina do Vale, com dicas de empreendedorismo, um dos temas da conversa com os campuseiros. O outro assunto foi sua história pessoal, que começa com seu ingresso no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.

Bel Pesce, que foi para o MIT aos 17 anos, também deu dicas de empreendedorismo
Bel Pesce, que foi para o MIT aos 17 anos, também deu dicas de empreendedorismo
Foto: Celso Calheiros / Especial para Terra

No livro, Bel reúne dicas que reuniu ao longo de sua experiência no Vale do Silício, berço de empresas de tecnologia como o Google e a Apple. Na primeira, aliás, ela já trabalhou, assim como tem no currículo passagens pela Microsoft e pelo Deutsche Bank.

A empreendedora não chegou a passar por Cupertino, mas de alguma forma chegou perto: o aplicativo que a Lemon desenvolve, o Smarter Wallet, se assemelha com serviços que a Apple lançou recentemente para o iPhone. "Foi ótima a coincidência, porque quando se é pequeno e se aposta numa ideia, nem sempre te dão ouvidos, mas quando uma gigante vem com a mesma ideia, as portas começam a se abrir", afirma.

O app da stratup da brasileira funciona como uma carteira digital e inteligente, em que é possível reunir recibos de cartão de crédito e débito, ingresso de shows, ordens se serviço e uma série de outros papéis importantes que engordam as carteiras. O programa organiza as imagens feitas pelo usuário de seus recibos, organiza-os em categorias, e até ajuda a manter controle das despesas. O produto já está disponível para download no site oficial.

Dicas do Vale

"É muito importante entender que não existe sucesso da noite para o dia. Atrás de cada história de sucesso tem muito suor", resumiu Bel, que se autointitula uma nerd. Através dos vários passos de suas tentativas de acerto, reforçou sua semelhança com qualquer outro estudante aplicado. "O segredo é não desistir. A diferença entre ficar tudo como está ou mudar é o quanto você vai acreditar no 'não' que vai ouvir", afirmou.

Ao traçar paralelos entre o clima de empreendedorismo existente nos Estados Unidos e no Brasil, descartou de cara as dificuldades da burocracia. "O Brasil é mais burocrático, mas isso é só 5% do problema", estimou. A grande diferença, na visão de Bel, é que os norte-americanos têm uma cultura de tolerância ao erro. "Eles conhecem as histórias, sabem que se deu errado agora, pode dar certo na próxima oportunidade", opinou. "Quem só lê a história dos vencedores, não conhece a história toda."

Outra dica estratégica para os empreendedores compartilhada pela escritora do livro - que tem uma versão digital gratuita - é procurar uma necessidade. A necessidade de uma das primeiras empresas a que Bel Pesce se dedicou foi oferecer comunicação por aparelhos celulares na África.

A "menina do Vale" explicou que precisava contornar as grandes distâncias não povoadas, a carência por recursos dos potenciais consumidores e a falta de energia elétrica. Bel disse que sua empresa desenvolveu um aparelho alimentado por energia solar, que a uma distância de 10km poderia funcionar como antenas rádio-base (as antenas que são espalhadas pela cidade), e que custaria US$ 5 cada.

"Houve muito desinteresse, porque as empresas não achavam que iriam ganhar dinheiro com a operação", contou. "São muitas as histórias nas quais a tecnologia é resolvida, mas que não seguem à frente por outros motivos, como distribuição ou falta de interesse, simplesmente", alertou.

Fonte: Especial para Terra
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