Tecnologia subverte a ordem do aprendizado, dizem especialistas
- Rafael Maia
- Direto de São Paulo
Uma equipe de especialistas subiu ao palco principal da Campus Party para falar sobre nativos digitais, como são chamados aqueles que nasceram na era da internet. Desde o primeiro minuto, a mesa foi unânime em afirmar que a tecnologia subverte a ordem do aprendizado e que as gerações anteriores devem, sim, fazer um esforço para se adaptar.
Os palestrantes falaram breve e timidamente sobre o assunto e logo abriram espaço para as perguntas do público, que permearam o painel por mais de uma hora. Se, do lado de cima do palco, o consenso existia no sentido de exaltar a "geração Y" e afirmar que os educadores deveriam aprender com os alunos, do lado de baixo o público, formado prioritariamente por pessoas com mais de 30 anos, apostava no contrário. Para eles, a maneira como os mais jovens lidam com a internet é perigosa, sem orientação e não pode ser tomada como modelo.
Para o palestrante Volney Faustini, empresário e editor de e-books, é preciso que a família mantenha-se, sim, atenta ao que os jovens fazem na internet, mas é impossível controlá-los. "É um caminho sem volta. Se não formos atrás dessa evolução, nós vamos ficar na beira do abismo. Temos muito a aprender com os nossos filhos", afirmou.
A psicóloga Ivelise Fortim, do núcleo de pesquisa de psicologia da PUC-SP, foi mais ponderada. "A nova gerão está aí e é normal que os professores e os pais se sintam em uma posição difícil de ter que aprender com alguém mais novo", disse. Mas afirmou que isso não é motivo para os mais velhos se afastarem da inclusão à tecnologia.
Durante o painel, Faustini pediu atenção ao público para um vídeo que ilustrava o poder da internet na nova geração. Enquanto o vídeo era mostrado, pelo menos uma dezena de lasers vermelhos dançavam no telão. "Tivemos até a ajuda dos nativos digitais, vocês viram?", brincou Faustini.
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