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Facebook Home pode levar a monopólio no ecossistema mobile

5 abr 2013 - 13h09
(atualizado às 13h09)
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Pessoas com quem usuário conversa aparecerão no canto superior, e a janela abre sem fechar o aplicativo de fundo
Pessoas com quem usuário conversa aparecerão no canto superior, e a janela abre sem fechar o aplicativo de fundo
Foto: Reprodução

O lançamento do Facebook Home, aplicativo que transforma qualquer smartphone Android em uma espécie de "celular do Facebook", gerou uma onda críticas na mídia especializada. Analistas avaliaram os benefícios que o app pode trazer em receita para a maior rede social do mundo, ao mesmo tempo em que indicaram quem sai perdendo com a nova roupagem que o software mobile vai dar ao sistema operacional aberto do Google.

Zuckerberg lança espécie de "celular do Facebook":

O TechCrunch argumenta que se a tela inicial realmente é "a alma do celular", como definiu Zuckerberg na apresentação de ontem, o Google também deve querer ser dono dessa alma, em vez de ser escanteada para o "app launcher" ou a "app drawer" - como a rede social chamou o espaço em que é possível acessar outros aplicativos, como o Gmail e o Google+, por exemplo.

O site especializado também acredita que um "Google+ Home" ou um "Google Now Home" deve chegar ao mercado em breve, para garantir ao gigante de buscas o pedaço de "alma" de que o Facebook se apossará a partir do dia 12 de abril, quando o Facebook Home chega à Play Store.

Messenger deixa a foto de perfil no canto, em um círculo, e mostra quantas mensagens não lidas há
Messenger deixa a foto de perfil no canto, em um círculo, e mostra quantas mensagens não lidas há
Foto: Reprodução

No lado bom, a análise do TechCrunch aponta para como o aplicativo é suave para navegar, de uma forma "quase não Android". A Wired, por sua vez, afirma que o Home é a melhor estratégia para o segmento mobile que o Facebook já teve.

Experiência do usuário

Mas é um elogio às avessas, uma vez que a revista classifica o Facebook Home como ode à "mediocridade", e diz que no evento de ontem ficou claro quem é o consumidor que a rede busca: "pessoas que não se importam com uma experiência completa e rica de internet, mas amam o Facebook". "Esse não é um produto lançado para quem se importa com a velocidade do processador. Droga (sic), esse não é um produto para quem sabe o que é um processador", diz o site.

O aplicativo é apontado como uma ferramenta para facilitar o uso do Facebook, mas não como "o melhor aplicativo". Mas, diz o texto, o Facebook não é "o melhor" em nenhuma das funcionalidades que oferece - localização, fotos, updates de status: todos, para a Wired, têm concorrentes melhores -, mas é o melhor em conectar pessoas. E se o Home busca ampliar isso, então funciona, argumenta.

A revista segue para dizer que, à parte quem já não gosta do Facebook, o Home não tem nenhum lado negativo - do ponto de vista do usuário. Mas alerta que entusiastas da tecnologia e consumidores que costumam adotar novos produtos e serviços assim que são lançados não terão interesse no HTC First. Já o mercado americano pode responder positivamente.

Mercado

O Mashable já opõe está última expectativa, e argumenta que nos Estados Unidos o consumidor não tem as duas principais características que o site vê para os clientes do HTC First: pessoas que não têm um smartphone e têm vida digital completamente conectada ao Facebook.

Aplicativo de mensagens já funciona assim no Android, Windows Phone e BlackBerry
Aplicativo de mensagens já funciona assim no Android, Windows Phone e BlackBerry
Foto: Reprodução

O site especializado também argumenta que a estratégia pode ser oferecer um produto barato para que os pais deem o primeiro celular para os filhos, o que funcionaria para tentar trazer os mais jovens de volta à rede social, uma vez que eles têm optado por se conectar através de serviços de mensagem como o Whatsapp e o Snapchat.

Alvos: os rivais

O TechCrunch coloca esses mesmos aplicativos como "alvos" da estratégia da rede social. O "engavetamento" dos outros aplicativos seria uma tática para que eles sejam de alguma forma "esquecidos" pelo usuário, argumenta o site, o que vai afetar Line, Whatsapp e seu semelhantes, que vêm apresentando forte concorrência mobile ao Facebook em termos de tempo dedicado.

Mais do que isso, o update mensal que a rede social prometeu ao Home pode significar o lançamento de uma série de apps internos e funcionalidades que, para o site, deixariam mais difícil descobrir aplicativos externos, o que consequentemente prejudicaria o ecossistema de startups do segmento mobile em geral. O Mashable endossa a importância da opção de escolha entre uma variedade de aplicativos e serviços.

De apps a OS, quem também perde é a Microsoft e o sistema operacional Windows Phone. O TechCrunch argumenta que, até ontem, o Windows Phone era o mais próximo de um "celular do Facebook", graças a algumas integrações que mostravam fotos e davam opções de compartilhamento da rede social nativos na interface mosaico. Com o Facebook Home, o Windows Phone se torna "redundante".

<p>Representante da asiática exibe HTC First</p>
Representante da asiática exibe HTC First
Foto: Reprodução

O site conjectura uma série de próximos passos do Facebook que poderiam deixar o Google - que aprovou o HTC First, para poder fazer downloads da loja online do Android, Google Play - em uma situação desconfortável. A rede social pode substituir o mecanismo de busca do telefone pelo Bing, da parceira Microsoft, ou pode ser que os usuários façam menos buscas no Google porque estão usando o telefone quase apenas para acessar o Facebook. Pode ser que a rede social opte por ter sua própria loja de aplicativos também, especula o TechCrunch.

Fonte: Terra
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