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Pelas funções que oferece, webfone de R$ 329 da Motorola é caro

8 mai 2012 - 19h29
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Se tivesse sido lançado em 2007/2008, o Motorola MotoGO poderia ter sido um sucesso de vendas com suas configurações avançadas para a época: 3G, Wi-Fi, Bluetooth, teclado QWERTY e, o principal, integração nativa com serviços do Google. Em tempos de Android, que funciona de aparelhos básicos aos topo de linha, o MotoGO não faz muito sentido - talvez em uma futura versão dual-SIM, para concorrer com os "xinglings" sem registro na Anatel.

Aparelho não é smartphone mas se conecta à internet e acessa serviços do Google
Aparelho não é smartphone mas se conecta à internet e acessa serviços do Google
Foto: Reprodução / ZTOP

Sei que o foco do MotoGo é "o consumidor que procura o primeiro smartphone", mas dá para encontrar coisa melhor pagando um pouco a mais (o MotoGO tem o preço sugerido de R$ 329 desbloqueado), que vai oferecer uma melhor experiência. Exemplos? LG Optimus L3 ou Motorola Defy Mini. Vale economizar e ampliar os horizontes em mobilidade.

O hardware

Ao ligar o MotoGO, a primeira tela pede que o usuário digite seus dados da conta do Google. É o modo de lembrá-lo que, sim, é um aparelho focado em serviços online. O design lembra o velho e bom MotoQ11 - lançado em 2008.

A parte traseira, com acabamento em plástico branco e metalizado, tem apenas a câmera de 2 megapixels com zoom digital de 4x. Na lateral direita, o controle de volume, e na parte de cima, o conector USB para recarregar a bateria e trocar dados com o PC, assim como o plug para fones de ouvido padrão 3,5 mm.

O teclado, com teclas saltadas, é razoavelmente confortável, e vale destacar o atalho para buscas na sua parte inferior. Removendo a tampa traseira e a bateria, vemos o slot para o SIM card e a entrada para cartão microSD adicional. E nada mais (se bem que tem espaço aí para um segundo slot de SIM card, não?).

O software

O MotoGO tem quatro telas iniciais com widgets e atalhos que podem ser customizados/alternados com outros. O sistema operacional proprietário roda apps em Java, o que pode deixar seu uso um pouco lento. O grande objetivo desse aparelho básico e simples é usar o Gmail e Gtalk, que servem para seu propósito, mesmo na tela pequena.

Algumas observações:

- Entrando no Gtalk: o símbolo de "aguarde" demora a sumir.

- Os apps/serviços do Google ficam em uma pastinha no menu principal

- O aplicativo do Google Maps poderia vir já pré-instalado de fábrica (o atalho abriu o navegador Opera e fez o download)

Já o app do Orkut requer o uso de um computador para poder acessar. Se o foco é quem tem seu primeiro "webfone", ter que acessar um site de terceiros (provavelmente no PC) não é uma boa ideia. Twitter e Facebook, por outro lado, também são apps Java que funcionam direto.

O navegador instalado é o Opera Mobile, que sofre com a tela pequena de 2,2 polegadas (320 x 240). E dá-lhe zoom (quando a página carrega direito)! As buscas no Google com o atalho do teclado vão direto para a página do buscador no Opera Mobile, por sinal.

Ah sim, como um bom aparelho movido a apps Java, você precisa fechar cada um ao sair e partir para outra tarefa. O argumento de venda mais interessante - ou pelo menos que serve para diferenciar o MotoGo de outros aparelhos simples, básicos e nem sempre legalizados - fica escondido em um dos menus de configuração.

Sim, o MotoGO funciona como roteador Wi-Fi. Mas, por ser básico, seu público-alvo nem deve precisar disso, certo? A impressão que dá é o pessoal da Motorola teve a melhor das intenções "ah, vamos lançar um aparelho que faz coisas com Android, mas não é Android, de olho no mercado de baixa renda". Pelo preço e funções oferecidas, o valor de R$ 329 é caro para o MotoGO.

ZTOP
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