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Com placa solar e recarga sem cabo, celulares buscam autonomia

Fabricantes e especialistas em energia apontam a recarga por indução com uma placa eletromagnética instalada em lugar idôneo

26 fev 2013 - 15h13
(atualizado às 18h09)
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Celular equipado com filme transparente que capta energia da luz pode ser próximo passo para autonomia dos celulares
Celular equipado com filme transparente que capta energia da luz pode ser próximo passo para autonomia dos celulares
Foto: Josep Lago / AFP

Uma placa fotovoltaica transparente, um carregador sem fio ou uma bateria que aproveita a energia do movimento: novas e audaciosas soluções para alimentar smartphones cada vez mais ávidos por eletricidade.

No grande congresso anual de telefonia móvel que começou no último domingo em Barcelona, a emergente empresa francesa Wysips apresentou os primeiros smartphones equipados com uma placa transparente que capta energia solar para carregar sua bateria.

O segredo? "É uma ilusão: as placas fotovoltaicas não são realmente transparentes. São algumas lentes colocadas em cima da tela que fazem crer ao olho que não há nada, apesar de existir", explicou Ludovic Deblois, cofundador da Wysips.

Conectado à bateria, um componente extrafino, de meio milímetro de largura, é colocado entre a tela do celular - táctil ou não - e a placa LCD no momento da fabricação do telefone.

Como resultado cerca de 20% mais de autonomia sempre que você deixar o celular ao ar livre e não no bolso. Também permite reativar um telefone sem bateria, após esperar alguns minutos, colocando o aparelho "sob a luz ou próximo de uma janela", acrescentou Deblois.

Esta pequena empresa com sede em Aix-en-Provence, no sudeste da França, que lançará sua própria produção em dez meses, está hoje em negociação com "os membros do Top 10 mundial dos fabricantes de telefones" e espera ter um modelo no mercado antes do final deste ano, explica o diretor.

Seu objetivo: 100 milhões de euros em volume de negócios em cinco ou seis anos por um componente que custa cerca de um euro por peça, muito menos que os oito a dez euros de uma bateria.

Equipados com novos componentes como wifi e redes 3G e 4G, os smartphones exigem cada vez mais de suas baterias, que precisam satisfazer as necessidades dessas novas formas de utilização..

"Não são as baterias que têm menor duração, a exigência é que é cada vez maior", confirma Basile Carle, consultor em Idate e especialista em celulares.

Segundo Carle, "não vai existir uma solução única para este problema, será uma mistura" entre componentes que consumam menos, uma melhor bateria e novas fontes de alimentação.

Como escapar então de ter que conectar o telefone na corrente elétrica a cada cinco ou seis horas?

Vários fabricantes e especialistas em energia (Qualcomm, Energizer, Duracell, Toshiba, Nokia) apontam a recarga por indução com uma placa eletromagnética instalada em um lugar idôneo (o escritório, a mesinha de cabeceira) sobre a qual só é necessário colocar o telefone, sem nenhum cabo. Mas existe um inconveniente: a placa tem que estar ligada.

Outra opção: utilizar a energia cinética, do movimento, para recarregar a bateria. Foi o que fez a empresa NPowerPEG com uma bateria externa que se alimenta quando, por exemplo, seu usuário leva o dispositivo em um bolsa de mão ou quando está em pedalando em uma bicicleta. O inconveniente é que o telefone fica muito volumoso.

Como ocorre frequentemente em matéria de energia, a solução passa pelo bolso dos próprios usuários.

Além da opção de desativar as funções mais exigentes para a bateria (especialmente o 3G), aparecem novas funções como a da Sony que, ao apertar um simples botão, muda para o modo "somente chamadas ou SMS". Isto aumenta a autonomia em cerca de 50%, segundo David Mignot, diretor geral na França da Sony Mobile.

Confira os lançamentos do MWC 2013,em Barcelona

Mobile World Congress

O Mobile World Congress (MWC) se realiza de 25 a 28 de fevereiro em Barcelona. A feira, cuja primeira edição se realizou em 1987, é considerada a maior feira de dispositivos móveis, com foco em telefones celulares, do mundo. Neste ano são esperadas mais de 70 mil pessoas, num evento que deverá ter 3,5 mil delegados, mais de 1,7 mil expositores e 90 mil metros quadrados. Em 2012, foram 1,5 mil expositores em 70,5 mil m2.

Entre os destaques de 2013 estão executivos de empresas como Telefónica, Nokia, Mozilla, Vodafone, Nielsen, IBM e Dropbox. Tecnologias como o NFC, celulares com HTML5, cloud, telefonia IP e lançamentos na área - em especial o Samsung Galaxy Note 8.0 e o Optimus L Serie II, da LG, são esperados no evento.

O Terra acompanha os quatro dias de MWC com transmissões em vídeo ao vivo e dois correspondentes em Barcelona.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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