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Cientistas criam revestimento para janelas que regula luz e calor

14 ago 2013 - 17h19
(atualizado às 18h26)
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Cientistas anunciaram nesta quarta-feira a criação de uma janela capaz de regular a quantidade de luz e calor que entra em um edifício quando ativada eletricamente.

Uma equipe de cientistas moleculares e de materiais dos Estados Unidos e da Espanha criou um filme transparente usando nanocristais - amontoados microscópicos de átomos capazes de mudar o comprimento de onda da luz.

"Pequenas janelas e, especificamente, janelas eletrocrômicas (que mudam a cor ou a transparência usando carga elétrica) já foram desenvolvidas, mas nossa solução é a primeira a oferecer um controle integrado sobre o calor e a luz visível", explicou à AFP a coautora do estudo, Delia Milliron, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, da Califórnia.

No projeto, publicado na revista científica Nature, a janela é uma célula eletroquímica com duas vidraças, separadas por um eletrólito líquido eletricamente condutivo.

O filme é disposto sobre uma vidraça para criar um eletrodo que passa uma carga elétrica para um contra-eletrodo na outra vidraça.

Sem a corrente elétrica, a janela fica transparente. Uma carga faz com que as nanopartículas do revestimento comecem a bloquear as ondas de calor, enquanto a janela permanece transparente, e mais carga faz a luz também ser bloqueada.

De acordo com o engenheiro da Universidade do Texas, Brian Korgel, que comentou o estudo, edifícios residenciais e comerciais respondem por 40% do uso de energia e por 30% das emissões de carbono relacionadas com a energia nos Estados Unidos.

Para economizar energia, são necessários novos materiais para regular melhor as necessidades de aquecimento e iluminação dos prédios. O novo estudo representa "um grande avanço no desenvolvimento destes materiais", disse Korgel.

Mas alguns problemas precisam ser resolvidos antes que o material possa ser usado em janelas, inclusive a substituição do altamente inflamável metal de lítio, usado como contra-eletrodo, e encontrar um eletrólito sólido.

"Os materiais necessários para construir uma janela eletrocrômica serão mais caros do que os materiais empregados em janelas convencionais, assim o gasto extra precisará equilibrar a economia de energia e de custos que poderão ser obtidos com o seu uso", afirmou Korgel.

Segundo Milliron, o material foi concebido tendo em mente prédios, mas também pode ser empregado em janelas de carros e aviões.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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