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Como saber se empresas espiam seus e-mails

E-mails "espiões" permitem que informações sobre usuários sejam repassadas a empresas

17 abr 2015 - 07h56
(atualizado às 14h18)
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<p>Extensão do Chrome permite que usuários saibam se são monitorados</p>
Extensão do Chrome permite que usuários saibam se são monitorados
Foto: ThinkStock

Eis uma dúvida frequente: meus e-mails estão sendo espionados? A verdade é que muitos dos e-mails que recebemos reúnem informações sobre nossos hábitos, mesmo que não tenhamos dado nenhuma permissão ou sido informados disso.

Entre estes e-mails "espiões" estão mensagens publicitárias, boletins recebidos sem nunca terem sido solicitados e notificações de todo tipo.

Como funciona?

Empresas como Yesware, Bananatag ou Streak são responsáveis pela gestão de relacionamentos com clientes de outras empresas. Atuam para fortalecer a relação com os atuais clientes ou expandir a base. Você nunca deve ter ouvido falar delas, mas elas provavelmente sabem algo de você.

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Uma das táticas que elas usam é o e-mail. As mensagens que enviam contêm uma imagem transparente para o usuário. Quando o e-mail é aberto, esta etiqueta envia ao servidor uma série de dados. Basicamente, informam quando a mensagem foi aberta, por qual dispositivo, a que hora e local.

Os dados indicam a taxa de abertura das mensagens, informações para que o e-mail se adapte ao dispositivo, e sobre os melhores horários para que as mensagens sejam enviadas. Com tudo isso, as empresas refinam ainda mais suas estratégias de marketing.

É ilegal?

O procedimento é mais comum do que se imagina. Na verdade, o Google tem uma página na qual guia os anunciantes sobre o processo. Portanto, está longe de ser ilegal.

Isso não quer dizer que não preocupe alguns e, em todo caso, é realizada sem o conhecimento ou consentimento de potenciais clientes.

Como evitar

Quando o engenheiro americano Sonny Tulyaganov soube dessa prática mais ou menos frequente, ficou surpreso. Não tanto pela importância dos dados obtidos pelas empresas, mas porque as ações eram feitas sem que ele, como usuário, percebesse.

Tulyaganov, então, decidiu rastrear os rastreadores. E o resultado foi o Ugly Mail (e-mail feio, em tradução literal), uma extensão do navegador Chrome que permite saber quais e-mails recebidos são "bisbilhoteiros".

O sistema é simples: uma vez instalado, o código identifica e-mails que incluem as imagens transparentes de rastreio. Estes e-mails aparecem na caixa marcados com o ícone de um olho. Assim, pelo menos, é possível saber que, ao abri-los, informações serão enviadas.

A ferramenta, no entanto, tem suas limitações. Funciona apenas para e-mails do Gmail e está disponível somente para o Chrome. Mas Tulyaganov anunciou estar trabalhando em versões para Safari e Firefox.

Outras ferramentas

O Ugly Mail não é o único mecanismo para evitar a espionagem através de e-mails. O PixelBlock, outra extensão do Chrome, bloqueia diretamente as mensagens intrusas. Apesar disso, a medida mais básica é manter ativos os filtros para e-mails indesejados.

Usuários de programas mais conhecidos, como Windows Live Mail, Microsoft Outlook, Thunderbird, Mail (para Mac) e Evolution (para Linux), contam com controles avançados contra spams.

O mesmo ocorre com os serviços do Hotmail, Yahoo, Gmail, entre outros.

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