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Apple pode fazer o "mini iPad" que Steve Jobs tanto odiava?

20 abr 2012 - 16h45
(atualizado às 16h54)
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A Apple e seus produtos andam sempre cercados de rumores, mas nesta semana um deles tomou grandes proporções: o de um possível "iPad mini". A ideia de um tablet com tamanho menor - que Steve Jobs, cofundador da companhia, abominou publicamente um ano antes de morrer - vem sendo alimentada pelas mídias sul-coreana, chinesa e taiwanesa, que afirmam que a marca de Cupertino encomendou telas de 7,86 polegadas à Samsung, segundo o Business Insider.

Cofundador da Maçã acreditava que era impossível fazer bons apps com tela menor
Cofundador da Maçã acreditava que era impossível fazer bons apps com tela menor
Foto: AFP

Com um display nesse tamanho, o possível "iPad mini" que Jobs odiava teria dois terços do tamanho do tablet atual, que tem 9,7 polegadas em diagonal. E a ideia não seria ruim, já que um aparelho melhor poderia ampliar o domínio que a Apple tem no segmento que ela foi a maior responsável por consolidar. "De um ponto de vista competitivo, um iPad mini com preço menor seria o pesadelo da concorrência", avalia Shaw Wu, analista da Sterne Agee, em entrevista ao Business Insider. "A maioria (dos rivais) já tem trabalho para competir com o iPad 2 e o novo iPad", completa.

A Apple conseguiu deixar à margem do mercado os concorrentes que lançaram produtos no mesmo tamanho do iPad. Mas no ano passado a Amazon achou uma forma de quebrar o domínio da californiana no segmento: um tablet com a metade do tamanho e sem "firulas". O resultado foi o Kindle Fire, vendido quase a preço de custo, US$ 199. Milhões de unidades foram comercializadas.

O "pequenino" da Amazon abocanhou um mercado intocado pela Apple, que oferece no mesmo preço apenas o iPod Touch, cuja tela tem um quarto do tamanho do iPad - pouco para quem quer ler livros, ver filmes ou jogar games. Acima disso, só o iPad "velho", a US$ 399. Além do preço, o possível "iPad mini" conseguiria angariar consumidores pela maior portabilidade em relação ao irmão maior. Com 7 polegadas, o tablet caberia na maiorias das bolsas - femininas e masculinas - diferente do que ocorre com o iPad atual, aponta o Business Insider.

Se a perspectiva parece tão boa, por que Steve Jobs a abominava? Em 2010, quando compareceu de surpresa a uma conferência de divulgação de desempenho da Apple, o ex-CEO e cofundador se expressou sobre o tema. Na época, a Samsung estava prestes a lançar um tablet com 7 polegadas. "O motivo pelo qual não vamos fazer um tablet de 7 polegadas não é por não querermos chegar a este preço (mais baixo), é porque não acreditamos que seja possível fazer um bom tablet com tela de 7 polegadas", afirmou.

"Tablets de 7 polegadas são meio-termo: muito grandes para competir com um smartphone e muito pequenos para competir com o iPad", avaliou Jobs. A resolução da tela não seria o problema, ponderou, mas mesmo que houvesse qualidade de imagem em tela menor, isso seria "sem sentido, a não ser que o tablet viesse com uma lixa, para que o usuário lixasse seus dedos até ficarem com um quarto do tamanho atual".

A explicação menos jocosa veio na sequência: "existe um limite claro de quão perto você pode colocar dois elementos em uma tela touchscreen para que seja possível tocá-los, pinçá-los ou arrastá-los com precisão". "Essa é uma das principais razões pelas quais acreditamos que 10 polegadas é o tamanho mínimo (da tela) para se criar ótimos apps", concluiu.

Analistas: "mini iPad" é improvável

Wu avalia que, mesmo com vários experimentos da Apple com telas de variados tamanhos desde 2009, um tablet menor do que o sucesso de vendas atual não é "iminente". Analistas da IHS iSuppli entendem, além disso, que seria difícil para a marca da Maçã obter lucro com um aparelho no nível de qualidade do iPad, com tela de 7 polegadas, vendido a US$ 299, por exemplo. O custo de produção, calculam, ficaria em torno de US$ 250, o que levaria o preço de venda a US$ 329 ou US$ 349. "A primeira coisa a ter em mente é que a Apple não vai vender um produto que não seja lucrativo", diz Rhoda Alexander, da iSuppli.

Além disso, um iPad pequeno seria uma grande dor de cabeça para os desenvolvedores. "Migrar para uma tela menor acaba sendo uma quantidade enorme de trabalho", diz Nate Weiner, criador ao app Pocket, que guarda links e outros materiais para serem vistos em um momento posterior. "Por exemplo, se você pega uma interface construída para o iPad e tenta 'esmagá-la' para caber no Kindle Fire, ela simplesmente não vai caber", ilustra. Por outro lado, desenvolvedores que já fizeram a transposição de seus aplicativos para tablets de 7 polegadas não teriam problemas com um "mini iPad".

Fonte: Terra
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