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Checo inventa primeira caneta que desenha em 3D da Europa

Com a caneta tridimensional é possível desenhar no ar, usando uma espécie de massinha plástica. Tecnologia ainda está em fase de desenvolvimento

10 dez 2013 - 15h27
(atualizado às 15h51)
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3Dsimos desenha com pedaços finos de plástico, que parecem um espaguete brilhante e colorido
3Dsimos desenha com pedaços finos de plástico, que parecem um espaguete brilhante e colorido
Foto: Divulgação

As impressoras 3D são capazes de imprimir diversos objetos e estão cada vez mais avançadas, mas um setor das cópias tridimensionais segue na infância: as canetas 3D. Essas canetas escrevem em superfícies ou mesmo no ar, usando plástico derretido em vez de tinta. A tecnologia lembra um pouco as massinhas de moldar para crianças.

"Se você quer diversão, desenhar um modelo por prazer, para isso serve a 3Dsimo", afirma David Paskevic, estudante de eletrônica da República Checa que desenvolveu a primeira caneta 3D da Europa. "A imaginação é o limite", diz o jovem cientista.

A 3Dsimo é a terceira caneta desse tipo em todo o mundo. Com o tamanho e o peso de um pequeno secador de cabelos, ela desenha com pedaços finos de plástico, que parecem um espaguete brilhante e colorido.

A caneta derrete o plástico, formando uma espécie de "tinta" que seca ao entrar em contato com o ar. Assim é possível desenhar modelos de plástico em uma superfície plana, mas também no próprio ar.

Vários tipos de plástico

Segundo Paskevic, até o momento existem três canetas 3D. A primeira, chamada de 3Doodler, foi criada em Boston, e a segunda foi desenvolvida na China.

"O grande avanço da nossa caneta é que ela escreve no ar com bioplásticos, como ácido poliláctico (PLA), e também com termoplásticos, como acrilonitrila butadieno estireno (ABS), além de poder ser abastecida com qualquer outro material plástico", afirma o pesquisador.

Caneta permite desenhar modelos de plástico em uma superfície plana, mas também no próprio ar
Caneta permite desenhar modelos de plástico em uma superfície plana, mas também no próprio ar
Foto: Divulgação

Paskevic conta que as demais canetas em desenvolvimento trabalham somente com plásticos ABS porque funcionam em temperatura e velocidade fixas. Mas, na 3Dsimo, a temperatura pode ser ajustada entre 0 e 260 graus Celsius, e, por isso, a caneta pode ser abastecida com materiais plásticos que tenham pontos de fusão diferente.

As canetas ainda não estão disponíveis em larga escala no mercado, mas já é possível comprá-las pela internet. A americana 3Doodler, por exemplo, está sendo vendida no site de crowdfunding Kickstarter, enquanto a 3Dsimo pode ser achada no site Indiegogo. Em ambos os casos, o período de espera para receber o produto é de quatro meses.

Criações e patente

Numa sala branca e luminosa da Biblioteca Nacional Tecnológica em Praga, Paskevic mostra uma série de miniaturas produzidas por ele – óculos, uma pequena árvore, um dinossauro, a Torre Eiffel, um avião. Todas foram desenhadas a mão, afirma o pesquisador.

A caneta derrete o plástico, formando uma espécie de "tinta" que seca ao entrar em contato com o ar
A caneta derrete o plástico, formando uma espécie de "tinta" que seca ao entrar em contato com o ar
Foto: Divulgação

Apesar da inovação, a 3Dsimo ainda não foi patenteada, pois para conseguir a patente de design industrial é necessário paralisar toda a pesquisa e atividades de promoção por sete meses, enquanto corre o processo de registro.

Segundo Paskevic, a paralisação das atividades poderia ser fatal devido à rapidez do mundo da impressão em 3D. "Cada mês de espera pode custar uma ideia. Se nós tivermos de esperar sete meses, pode aparecer outro produto bem parecido com o nosso e seria impossível comercializar nossa ideia", afirma.

A tecnologia ainda está no início, e mais canetas devem surgir no futuro. No momento, elas parecem mais com brinquedos. Mas, quando a tecnologia estiver mais avançada, poderão, quem sabe, ser utilizadas também por designers, arquitetos e outros profissionais.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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