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Foxconn não vai processar programa que divulgou dados falsos

19 mar 2012 - 20h24
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A Foxconn afirmou nesta segunda-feira que não pretende tomar ações legais contra o programa de rádio This American Life (Essa Vida Americana, em tradução livre), que levou ao ar um programa produzido com informações de um show do ator Mike Daisey com acusações graves sobre as condições de trabalho nas fábricas da tawainesa. A reportagem foi produzida pelo próprio artista, que viajou à China e chegou a entrevistar funcionários da Foxconn, mas teria inventado partes da história, segundo a Reuters.

Porta-voz critica imprensa por não confirmar informações mas alega que "espera que na similar ocorra novamente"
Porta-voz critica imprensa por não confirmar informações mas alega que "espera que na similar ocorra novamente"
Foto: AFP

Um porta-voz da Foxconn, Simon Hsing, afirmou que "a imagem da companhia foi completamnete arruinada" com o episódio, mas que mesmo assim a Foxconn não vai tomar medidas legais contra Daisey nem contra outros veículos de comunicação que reproduziram os dados citados no programa de rádio. "A questão é que qualquer mídia que citou o programa não devia ter dado a notícia sem confirmá-la (conosco)", afirmou Hsing. "Esperamos que nada similar ocorra novamente", concluiu.

A Foxconn empresa mais de um milhão de pessoas em todas as suas plantas chinesas, e já foi acusada mais de uma vez de não ter condições razoáveis de trabalho a seus funcionários. A principal montadora de iPads e iPhones da Apple foi o foco das atenções em 2010, quando uma série de suicídios de colaboradores causou protestos entre outros contratados, e no ano passado, quando três pessoas morreram em uma explosão na fábrica de Chengdu. Em janeiro de 2012, a taiwanesa foi autorizada a produzir iPads no Brasil com incentivo fiscal.

Apesar da postura da Foxconn e da retirada dos arquivos digitais do programa de rádio, analistas afirmaram à Reuters que a fabricante asiática ainda está na mira dos investidores e das ONGs em prol dos direitos dos trabalhadores. "A retirada (do programa do site) de alguma forma limpou o nome da Foxconn, mas não totalmente. A imprensa e os investidores da bolsa vão continuar a observar como a Foxconn está tratando seus funcionários", avaliou Simon Liu, gerente de financiamentos da Polaris Finantial Group, uma das acionistas do grupo que controla a fabricante taiwanesa.

Fonte: Terra
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