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Leitores eletrônicos já fazem parte das filas de autógrafos

17 jun 2009 - 09h28
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Em eventos literários, os bibliófilos usualmente esperam em fila para pedir autógrafos aos escritores, mas o uso cada vez mais intenso de aparelhos eletrônicos de leitura, como o Kindle, suscita questões sobre a evolução das noites de autógrafos.

O escritor David Sedaris autografou um Kindle escrevendo "o fim está próximo"
O escritor David Sedaris autografou um Kindle escrevendo "o fim está próximo"
Foto: The New York Times

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Uma recente leitura pelo escritor David Sedaris, que estava lançando seu When You Are Engulfed in Flames na livraria Strand, em Manhattan, permitiu um vislumbre do futuro quando um comprador chamado Marty, que estava na fila, apresentou seu Kindle a Sedaris para o autógrafo. (O escritor fez uma cara de falso horror, virou o aparelho e escreveu "o fim está próximo").

Uma porta-voz da Amazon.com, a empresa de varejo online que vende o Kindle, respondeu que não sabia se a prática de pedir autógrafos no aparelho é comum, mas outras fontes informam que isso vem acontecendo, ainda que de maneira intermitente, já há cerca de um ano.

Em maio de 2008, por exemplo, Holly West foi a uma noite de autógrafos da romancista Jennifer Weiner, e pediu a ela que autografasse o Kindle com o qual estava lendo seu livro, Certain Girls.

"Fiquei sem graça, como se estivesse fazendo algo de errado", disse West. "Uma noite de autógrafos é uma oportunidade de promoção para o autor e a loja, e se você pede um autógrafo no Kindle, está tirando a livraria do processo". West, que também usou o Kindle para pedir o autógrafo da escritora Harley Jane Kozak, diz que só o fez porque já tinha comprado livros das duas.

Sedaris revelou em e-mail recente que já assinou "pelo menos" cinco Kindles, e "um bom número de iPods, também, no caso dos compradores de audiobooks". O autor, conhecido por escrever sobre suas excentricidades pessoais, muitas vezes fica exposto às idiossincrasias de seus leitores em suas noites de autógrafo.

"A coisa mais estranha que já autografei foi a perna artificial de uma leitora", ele afirmou. "No ano passado, autografei uma perna real, e a dona transformou minha assinatura em tatuagem. Um dia antes, uma mãe que estava amamentando me ofereceu uma mamadeira contendo seu leite, e eu aceitei a oferta".

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times
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