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País tem celular mais caro do mundo e vê crescer contrabando, diz site

30 jul 2013 - 16h15
(atualizado às 16h25)
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<p>Segundo o site, o mesmo Ga&ccedil;axy S4 desbloqueado custa&nbsp;US$ 1,1 mil por aqui contra US$ 630 nos EUA</p>
Segundo o site, o mesmo Gaçaxy S4 desbloqueado custa US$ 1,1 mil por aqui contra US$ 630 nos EUA
Foto: Getty Images

O site de tecnologia americano The Verge publicou uma reportagem nesta terça-feira fazendo uma relação entre os altos preços de aparelhos eletrônicos no Brasil e o aumento do contrabando de gadgets. O site, que compara os preços de aparelhos desbloqueados no País como o iPhone (cerca de US$ 700 no Mercado Livre, considerado uma "pechincha", US$ 100 a mais que na Apple Store americana) e o Galaxy S4, (US$ 1,1 mil por aqui contra US$ 630 nos EUA), afirma que os altos preços dos "smartphones mais caros do mundo" fazem os consumidores recorrerem a canais mais "subversivos".

O texto do The Verge afirma que os impostos e taxas de importação jogaram para cima os preços no Brasil e cita o caso de dois comissários de bordo que, no ano passado, foram presos em São Paulo por suspeita de contrabando de 14 smartphones, tablets e diversos jogos para o País. "É impossível medir o tamanho do mercado do Brasil para mercadorias contrabandeadas, mas as evidências sugerem que está crescendo. Em 2011, a Receita Federal do País apreendeu US$ 812 milhões em mercadorias em aeroportos, fronteiras e portos, marcando um aumento de 16% sobre o ano anterior. Segundo o Ministério da Justiça do Brasil, o valor das mercadorias apreendidas - incluindo drogas, munições e eletrônicos - triplicou de 2004 a 2010", diz o site.

O The Verge afirma que os preços elevados do Brasil tornaram o País um alvo preferencial para contrabandistas, que podem oferecer produtos eletrônicos e outros bens de valor abaixo do mercado e ainda ver lucro. "Há várias razões para os altos custos do Brasil, mas especialistas colocar grande parte da culpa sobre altas tarifas de importação e de um sistema tributário complicado", diz o site, que destaca que as empresas podem escapar tarifas e impostos através da criação de unidades de produção no Brasil.

"Do ponto de vista industrial, a política parece ter valido a pena. Huawei, Nokia, ZTE e criaram instalações de distribuição e fabricação no Brasil, e Foxconn - que fabrica produtos da Apple e Sony - já está construindo sua quinta fábrica lá depois de entrar no mercado em 2011", diz a reportagem.

O The Verge ouviu o antropólogo da Universidade de Leiden Carlos Aguiar, que estudou extensivamente o comércio ilegal em toda a América Latina,

para quem o aumento do mercado negro no Brasil para gadgets tem menos a ver com a política econômica do que com a mudança na dinâmica social. "Há uma classe média emergente no Brasil e em toda a América do Sul", diz Aguiar. "Eles não são ricos, mas não tão pobres quanto os seus pais foram, então, de repente, você tem milhões de pessoas que querem comprar produtos, os iPhones e produtos high-end que vêem em pessoas ricas e na TV."

Fonte: Terra
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