Tela touchscreen flexível muda de forma ao gosto do usuário
Existem telas 3D e telas sensíveis ao toque, mas a ideia da Obake de misturar as duas vai em outra direção: o display pode ser apertado, esticado e pinçado. A tecnologia, desenvolvida no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, é feita de borracha flexível e pode ser manuseada pelos usuários. As informações são do Mashable.
Dhairya Dand e Rob Hemsley, ambos do laboratório Media Lab, batizaram a tela em homenagem ao mito japonês de um espírito que muda de forma. O display é colocado sobre um set de acionadores e sob uma câmera montada em um projetor Kinect.
Além de projetar as imagens na tela, a câmera mede a profundidade do toque ou o quanto a borracha está sendo esticada, por exemplo. É possível também esfregar o display, que então percebe a fricção.
As imagens sendo projetadas ficam distorcidas à medida que o usuário altera a forma da tela, seja apertando o dedo para baixo ou puxando um "monte" para cima. A ideia é que as imagens em três dimensões sejam realmente tridimensionais, em vez de uma ilusão de ótica, como hoje a tecnologia trabalha. Por isso, os criadores chamam a tela de 2,5D.
Há ainda outro aspecto, que Dand e Hamsley destacam: as telas sensíveis ao toque atualmente seguem a lógica do mouse, substituindo clicar por tocar, mas ainda pressupondo imagens em 2D. Os displays 3D operam da mesma forma, e por isso perdem oportunidades de controle via gestos.
A questão, explicam os criadores da Obake, não é que a tecnologia não permita outras formas de interação, e sim que os usuários já têm um dicionário comum de ações para operar computadores - da mesma forma que os teclados imitam máquinas de escrever, embora as teclas pudessem ter sido rearranjadas de qualquer outro modo.
A ideia da dupla, portanto, era avançar o conceito de interatividade com a tela 3D, sem ao mesmo tempo criar algo completamente impossível de usar. Por isso escolheram o formato apresentado, em que os gestos de puxar e apertar são já parte do vocabulário de controles que a maioria das pessoas usa para funções como zoom e escolha.
Mas até a tela Obake chegar a um dispositivo portátil, pode demorar. Os acionadores são componentes relativamente grandes, e o aparelho precisaria de espaço dentro para, por exemplo, o usuário poder apertá-lo. Por isso, o Mashable aposta que é mais provável que a tecnologia chegue aos computadores desktop antes.