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Empresa britânica testa robô-cozinheiro treinado por campeão de 'Masterchef'

14 abr 2015 - 11h50
(atualizado às 11h50)
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Uma empresa com sede em Londres lançou um protótipo de um "robô-chef" para ser usado em casa.

O produto está em demonstração na edição deste ano da Hannover Messe, uma feira de tecnologia industrial na Alemanha.

O equipamento aprende a cozinhar a partir dos movimentos de um humano cozinhando; os movimentos são transformados em comandos que guiam as sofisticadas mãos da máquina.

Quem está treinando o robô é Tim Anderson, vencedor de 2011 da versão britânica do programa de culinária Masterchef, exibido no Reino Unido pela BBC. O programa também tem uma edição brasileira.

Na feira de Hannover, Anderson fez a máquina preparar uma sopa de caranguejo.

"É o perfeito sous-chef (subchef)", disse ele à BBC.

"Você fala para ele fazer algo - seja preparação ou um prato completo, do início ao fim - e ele faz. E faz exatamente da mesma forma todas as vezes."

A expectativa dos fabricantes, a Moley Robotics, é de que o produto esteja disponível em dois anos. Ela quer que a unidade fique um pouco mais compacta, com uma geladeira e uma máquina de lavar louça acopladas.

O robô poderá, então, realizar todas as tarefas de um cozinheiro, desde picar os ingredientes, cozinhar no forno ou no fogão e terminar limpando as panelas sujas.

"Queremos que as pessoas se sintam confortáveis com o aparelho", diz Mark Oleynik, da Moley.

"Não é um aparelho industrial, não é um aparelho dez vezes mais rápido do que a velocidade normal. É um aparelho que trabalha na mesma velocidade que você."

Aplicativos

O objetivo é que o produto chegue ao cliente a um preço de 10 mil libras - cerca de R$ 45 mil.

É provável que haja procura pelo produto em apartamentos em área urbanos, onde espaço é uma raridade.

A ideia é dar suporte ao robô com milhares de aplicativos de receitas. A capacidade de captar movimento também permitiria que os donos ensinassem aos aparelhos suas receitas secretas.

A inovação-chave são as mãos. Produzidas pela empresa Shadow Robot, elas usam 20 motores, 24 articulações e 129 sensores para emular os movimentos das mãos humanas.

Rich Walker, da Shadow, acredita que seu apêndice robótico poderá acabar com algumas incertezas da cozinha, como quando a clara em neve fica no ponto.

"Alguma coisa mudaria: você veria no sensor. Talvez algo ficaria mais duro ou macio."

"Deveríamos conseguir detectar isso e usar como o ponto de transição para o próximo estágio do processo de cozinhar."

Robótica

Robótica e sistemas autônomos foram identificados pelo governo britânico como uma das "oito grandes tecnologias" que poderiam ajudar a reequilibrar a economia da Grã-Bretanha - com satélites, biologia sintética e o chamado "big-data".

Um relatório recente da consultoria McKinsey estimou que robótica avançada poderia gerar um impacto econômico entre US$ 1,9 trilhão e US$ 6,4 trilhões por ano em 2025.

Mas o uso de robótica nos lares está em estágio inicial.

Quando pensam em sistemas autônomos, poucos pensam na sua utilização prática doméstica.

Mas o professor David Lane da Universidade Heriot-Watt, acha que isso vai mudar.

"É interessante notar que (a empresa britânica) Dyson está lançando um aspirador de pó robô no Japão - um mercado que tradicionalmente adota novidades rapidamente", disse ele à BBC.

"Mas as pessoas, mais recentemente, estão dando pequenos passos na aceitação desta tecnologia."

"Um exemplo que sempre gosto de dar é o DLR [trem suspenso sem motorista] de Londres: todo mundo anda e ninguém pensa que não há um motorista, um humano, na frente."

"A Grã-Bretanha está em uma boa posição para aproveitar a nova onda da robótica que está vindo."

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