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VP da Mozilla defende escolha como a chave da liberdade na web

25 jul 2012 - 16h51
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Isadora Munro
Direto de Porto Alegre

O panorama atual da internet é de muita competitividade, tanto no âmbito comercial quanto no âmbito político. "A tecnologia dominante sempre luta contra aquela que é novidade, e nesse ponto a internet pode ser muito frágil frente às questões comerciais", observou o conselheiro geral e vice-presidente de Negócios da fundação Mozilla, Harvey Anderson. Mas, ressaltou, em sua opinião, a web sempre vence quando precisa encarar um embate, pois ela ainda possibilita escolha às pessoas. E a escolha é a chave para a liberdade.

Para Harvey Anderson, o futuro da internet está nas mãos de seus milhões de usuários
Para Harvey Anderson, o futuro da internet está nas mãos de seus milhões de usuários
Foto: Isadora Lescano / Terra

Anderson falou nesta quarta-feira sobre as ameaças à internet livre, em palestra no 13º Fórum Internacional Software Livre (fisl13), em Porto Alegre (RS). Anderson destacou a importância da liberdade de escolha do usuário em diversos momentos da apresentação.

Para ele, as ameaças à internet livre não se resumem a um conflito específico, como Hollywood contra a tecnologia, por exemplo. Trata-se de uma série de lutas, mas principalmente do velho contra o novo e do controle contra a liberdade. "Essa luta é sobre proteger interesses, especialmente interesses comerciais e econômicos, não há nada novo e sempre será assim", apontou o conselheiro, lembrando que quem fica no meio deste conflito todo é o usuário.

"O futuro da internet está nas mãos de seus milhões de usuários", disse ele, citando o acadêmico da internet Jonathan Zittrain. Falou também do projeto de lei norte-americano Stop Online Piracy Act (Sopa, na sigla em inglês) como um exemplo de engajamento. "O Sopa afetou o grande público, o congresso e o parlamento nos EUA. Foi algo sem precedentes", disse ele, enfatizando a importância de o usuário atuar de acordo com seus próprios interesses.

"Nós somos a resistência, cada um de nós, individualmente, com nossas escolhas, através dos produtos pelos quais optamos e da forma como expressamos as nossas vozes - isso acaba impactando uma série de outras questões, não só as relativas à web em si", destacou.

Anderson comentou que alguns governos defendem leis antipirataria sem entender de fato a complexidade e a fragilidade dos "ecossistemas" da internet - e, portanto, cabe ao usuário apontar o caminho. Porém, diversos países já vêm enfrentando ameaças neste sentido. "Mesmo aqui no Brasil a web sofre ataques. Um exemplo são os perfis no Twitter que divulgam blitz de trânsito. Se você falasse pessoalmente para um amigo bêbado onde há uma blitz não haveria problema, mas publicar no Twitter parece ser encarado como algo totalmente diferente", comparou.

Questionado pelo Terra sobre os pontos em leis que supostamente visam proteger os usuários do crimes digitais, Anderson opinou: "É um assunto onde interesses diferentes competem, trata-se de obter provas relevantes sobre crimes na internet, mas também da obtenção muitas vezes desnecessária de informações pessoais de usuários". E acrescentou: "Quando as autoridades forçam serviços a informar dados privados de usuários, muitas vezes sem o conhecimento deles, não há transparência, muito menos escolha."

O vice-presidente de Negócios da Mozilla ainda afirmou, durante sua apresentação, não ser contra direitos autorais ou copyright, mas disse que esta questão precisa ser trabalhada de forma equilibrada, pois é um tema sujeito a diversidade (inclusive por opção dos próprios autores) e exceções.

Fonte: Terra
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