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Depois do sucesso, assistente Siri do iPhone 4S perde fôlego

1 abr 2012 - 08h00
(atualizado às 11h18)
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Rafael Maia

Quando o iPhone 4S, da Apple, foi lançado no segundo semestre de 2011, uma das grandes - senão a maior - novidade era o assistente pessoal do smartphone chamado Siri. A aplicação, que tinha uma voz feminina, era capaz de entender o que o dono falava ou pedia e realizar uma tarefa, que poderia ser simples ou complexa, como a de achar a resposta para a pergunta "Qual é o sentido da vida?" - brincadeira que se tornou famosa na web dias após o lançamento da assistente "sabe-tudo" da Apple.

O Siri é o assistente pessoal de voz do iPhone 4S da Apple
O Siri é o assistente pessoal de voz do iPhone 4S da Apple
Foto: Reuters

Hoje, meses depois, o que se viu foi um desapontamento com a aplicação, com uma porcentagem de 87% dos propritários de um iPhone 4S usando apenas uma vez o Siri ao mês. A Apple não comentou o assunto publicamente, mas, como aponta o jornal Wall Street Journal, que divulgou o levantamento realizado pela companhia Parks Associates com 482 usuários do smartphone, a notícia mostra que o Siri, vendido como uma inovação, perdeu o fôlego e está prestes a se tornar um fracasso.

A pesquisa ainda aponta que 33% das pessoas que usam o Siri o fazem para realizar ligações, mandar mensagens de texto ou procurar por alguma informação. Neste sentido, o Siri não atuaria como um assistente pessoal inteligente, mas mais como um assistente pessoal robótico, que faz as tarefas que o dono está "com preguiça" de fazer.

Além disso, 32% das pessoas que usam o Siri nunca utilizaram a aplicação para tocar música, por exemplo, e 35% nunca conseguiram marcar um encontro usando o Siri como cupido - uma das funcionalidades, inclusive, mais alardeadas do assistente pessoal. No entanto, a mesma pesquisa mostra que 9% das pessoas estão desapontadas com o programa, contra 55% que se dizem felizes.

Recentemente, um homem dos Estados Unidos chamado Frank M. Fazio processou a Apple porque o Siri "não é tão bom assim" quanto a propaganda do iPhone 4S dizia. Em uma das partes do processo, lê-se o seguinte: "por exemplo, em muitos comerciais de TV da Apple, indivíduos são mostrados usando o Siri para marcar consultas, encontrar restaurantes e até mesmo aprender acordes de músicas clássicas de rock e a dar um nó na gravada. Nos comerciais, todas essas tarefas são feitas com facilidade pelo Siri do iPhone 4S - uma funcionalidade contrária aos resultados reais e à performance do Siri".

Para não morrer, o Siri precisa mudar. Rumores dão conta, desde o lançamento da aplicação, que a Apple usou o assistente de voz Siri no iPhone 4S como teste. Na verdade, a real intenção é transformar o Siri - que, vale lembrar, roda na versão beta de testes no iPhone 4S - em um substituto do controle remoto para a tão esperada Apple TV. Esta seria, aliás, a última "descoberta" de Steve Jobs, como relata a biografia lançada após a morte do fundador da Apple por Walter Isaacson.

Quem precisa do Siri para fazer o que as pessoas sabem fazer?

Para se estabelecer como uma cabeça de mercado, ditando tendência para concorrentes - algo que a Apple consegue fazer com frequência, como aconteceu com o Macbook, o iPhone e o iPad -, o Siri precisa se tornar "mais inteligente" e "menos robótico". Em outras palavras, o assistente pessoal da Apple deve se transformar em uma aplicação mais útil e ser menos "brincadeira".

Para isso, o site Tech Radar elencou dez tarefas que o Siri precisa aprender a realizar sozinho para que o programa ganhe fôlego novamente antes que concorrentes como a Microsoft ou a Samsung apresentem assistentes, por assim dizer, mais encorpados. As primeiras são: ler um e-mail completo, ler um livro para o proprietário do iPhone 4S e conseguir responder de verdade perguntas complexas, como "há quantos anos determinada rua existe e quantas pessoas já moraram nela?".

Além disso, o Tech Radar espera que o Siri consiga se integrar ao Facebook para realizar as tarefas de um usuário, seja capaz de ditar sentenças completas corretamente e saiba editar imagens apenas por comandos de voz. Em um futuro, o assistente também precisaria fazer vídeos sozinho, controlar a bateria do smartphone e o mais importante: conversar com o dono de uma maneira divertida - e não robótica - propondo assuntos e sendo, cada vez mais, mais humano.

Fonte: Terra
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