Jovens "gênios" se destacam na criação de tecnologia
25 jun2012 - 10h29
(atualizado às 10h33)
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Não é novidade que crianças e adolescente assimilam as novas tecnologias com extrema agilidade, fazendo jus ao título de nativos digitais. Mas muita gente com menos de 18 anos de idade já está indo além e botando a mão na massa para criar seus próprios produtos e, em alguns casos, ganhando um bom dinheiro com isso. E com as ferramentas para desenvolvimento cada vez mais acessíveis, este grupo está em plena ascensão.
Comprova a tendência, por exemplo, o fato de que grandes eventos de tecnologia e inovação vêm dando mais atenção a estes talentos precoces. Em fevereiro deste ano, a Campus Party, maior encontro de cultura digital do mundo, apresentou, em sua edição brasileira, painel com o chileno Sebastián Alegria, 15 anos. Aos 14, ele criou um alerta de terremotos via Twitter. "O que eu quero mostrar é que não é preciso dinheiro para ter algo criativo e que possa ajudar as pessoas", declarou ele durante a demonstração de sua invenção.
Mais recentemente, a Apple abriu pela primeira vez as portas de sua conferência de desenvolvedores, a Worldwide Developers Conference (WWDC), para criadores com menos de 18 anos. Entre os participantes estavam o norte-americano Paul Donahoo, 13 anos, e o inglês Nick D'Aloisio, 16, que já arrecadaram quantias na casa dos milhares e centenas de milhares de dólares, respectivamente, com aplicativos projetados por eles.
O programa disseminador de ideias TEDx também inclui "pequenas-grandes" mentes criativas em seus diálogos, como fez com Thomas Suarez, em um TEDx Manhattan Beach, no ano passado. Em 2010, aos 12 anos, Suarez criou seu primeiro aplicativo. Hoje, o menino já tem até sua própria empresa de desenvolvimento, a CarrotCorp.
Também em 2010, o brasileiro Pedro Franceschi, então com 13 anos, foi painelista do TEDxSudeste - falando justamente de sua afinidade com tecnologia e de como ele desbloqueou diversos dispositivos, incluindo iPhones. No ano seguinte, Pedro publicou um vídeo no YouTube explicando como conseguiu fazer o assistente de voz da Apple, o Siri, falar em português.
Mas nem só de apps é feita a participação dos jovens talentos na tecnologia. Os canadenses Mathew Ho e Asad Muhammad, ambos de 17 anos, mandaram, em feito pioneiro, um boneco Playmobil para a atmosfera terreste, usando um balão de gás hélio, e registraram a trajetória com uma câmera de vídeo acoplada a uma peça de Lego.
A norte-americana Mallory Kievman, 13 anos, uniu o útil ao agradável e criou um pirulito que contém remédio contra o soluço. Mallory já havia experimentado mais de 100 medicamentos para parar de soluçar quando descobriu a fórmula feita à base de vinagre de maçã e açúcar contida no doce. Com esta simples ideia, a menina ganhou importantes prêmios de inovação e no momento conta com a ajuda de estudantes de negócios da Universidade de Connecticut para preparar os pirulitos para venda ao consumidor final.
E o que dizer da inventividade sustentável do garoto Caine Monroy, 9 anos? Filho de imigrantes mexicanos, ele criou um fliperama artesanal, reaproveitando materiais como caixas de papelão da loja de peças de automóveis do pai, em East Los Angeles. Seu projeto, chamado Caine's Arcade, inclui jogos como basquete, futebol e pesca, todos contruídos à mão pelo menino. A partir de um vídeo publicado na internet sobre sua criação, Caine arrecadou US$ 140 mil em doações, quantia que deverá ser usada para finaciar seus estudos.
Veja esses e outros talentos juvenis na galeria de fotos desta matéria.
Daniel Singer, 13 anos, criou o aplicativo Backdoor, uma ferramenta de bate-papo que permite enviar mensagens anônimas para os contatos do Facebook e do Google+. Antes mesmo do lançamento, Daniel negou uma proposta de compra de uma empresa chinesa e já se reuniu duas vezes com executivos do Google no Vale do Silício. Veja na galeria mais jovens "gênios" e suas criações
Foto: Divulgação
A canadense Ann Makosinski, 15 anos, criou um novo tipo de lanterna que usa o calor da mão do usuário - em vez de pilhas ou baterias - para funcionar. A estudante é finalista do Google Science Fair com sua ideia. Ela afirma que precisa apenas de 5 graus de diferença de temperatura para criar a energia necessária para acender a lâmpada LED
Foto: Reprodução
A americana Brooke Martin, 13 anos, criou uma aparelho que permite fazer videochats com animais de estimação e ainda entregar-lhes à distância, um cookie, para animá-los. O aparelho uso um computador Raspberry Pi como cérebro e conecta-se à Wi-Fi da casa
Foto: Reprodução
Esha Khare, 18 anos, criou um sistema que no futuro pode ser usado para carregar uma bateria de celular em 20 segundos. O dispositivo criado pela jovem armazena mais energia em um espaço menor do que as baterias tradicionais de telefone. Até agora, sua invenção foi usada apenas para carregar a energia de um LED, mas ela acredita que sua invenção no futuro possa ser usada em celulares, carros ou qualquer aparelho com bateria recarregável
Foto: Divulgação
Owen Nannarone, 10 anos, mora em Boston com os pais e uma irmã. Mas além de um jovem estudante, ele é também um jovem inventor: criou um pino de golfe inteligente, capaz de medir a velocidade e o ângulo de uma tacada
Foto: M. Scott Brauer/Wired / Reprodução
O adolescente inglês Nick D'Aloisio, 17 anos, mostra seu aplicativo Summly, criado quando tinha 15 anos e vendido ao Yahoo! por um valor estimado em US$ 30 milhões
Foto: Reuters
O aplicativo criado por Nick resume o conteúdo de páginas e resultados de buscas, agilizando a navegação pela internet, e foi criado quando ele estudava para um prova de história
Foto: Reuters
Mackenzie Wilson, 9 anos, arrecadou quase US$ 17 mil em dois dias para pagar um acampamento de programação no KickStarter - site de crowdfunding, onde qualquer pessoa pode financiar um projeto. Ela quis provar aos irmãos mais velhos que poderia criar um game - e pagar por ele
Foto: Reprodução
Com sete anos, a menina Zora Ball se tornou a pessoa mais jovem a criar um jogo para celular. Segundo o jornal Pittsburgh Courier, o app foi apresentado em um evento na universidade da Pensilvânia (Estados Unidos), no mês passado
Foto: Reprodução
A americana Deepika Kurup, 14 anos, criou um sistema de purificação de água movido a energia solar. A ideia da estudante do ensino médio de New Hampshire surgiu quando ela viu crianças indianas bebendo água suja de uma poça d'água. A cena fez com que ela buscasse "uma solução para a crise global de água", segundo ela. Seu sistema de baixo custo lhe rendeu um prêmio de US$ 25 mil em um desafio para jovens cientistas promovido pela 3M
Foto: Divulgação
Quatro adolescentes nigerianas, entre 14 e 15 anos, desenvolveram um sistema alternativo de geração de energia: um gerador que funciona durante seis horas com um litro de urina. O aparelho, que funciona com um botijão de gás, um filtro de água e o dispositivo gerador, foi feito em um trabalho escolar
Foto: White African / Divulgação
Sam Pritt, 17 anos, criou um programa de computador que permite identificar o local que uma fotografia foi tirada ao ar livre. Na tela do seu computador aparece uma foto e o gráfico que resultante da linha do horizonte usado para identificar a localização. O adolescente estudou a vida inteira em casa, e concorre com seu programa em um concurso nacional da Siemens. Veja na galeria mais gênios precoces da tecnologia e suas criações
Foto: AP
Adolescente de Serra Leoa cria bateria com lixo e vai parar no MIT
Foto: Reprodução
Paul Donahoo tem 13 anos e já tem sua empresa: a Bread and Butter Software LLC. Através dela, o jovem desenvolvedor já lançou seis aplicativos para venda na App Store, da Apple
Foto: Reprodução
Uma das criações de Dunahoo chama-se Basket, o primeiro aplicativo de lista de compras integrado ao serviço iCloud
Foto: App Store / Reprodução
O chileno Sebastián Alegria, 15 anos, foi um dos painelistas deste ano na edição brasileira da Campus Party, maior evento de cultura digital do mundo
Foto: Mauro Horita / Terra
Sebastián criou um sistema de alerta de terremotos que manda avisos através de perfil no Twitter (@AlarmaSismos), desenvolvido a partir de um sensor que custou US$ 50
Foto: Twitter / Reprodução
Thomas Suarez criou seu primeiro aplicativo em 2010, aos 12 anos. Hoje ele tem uma empresa chamada CarrotCorp e já foi até palestrante em um TEDx
Foto: YouTube / Reprodução
Um dos mais famosos apps da empresa de Suarez é o Bustin Jieber, jogo no qual o usuário pode dar marretadas no cantor adolescente Justin Bieber
Foto: Reprodução
O simulador tem jeito de sucata por fora, mas foi desenvolvido com ajuda de tecnologias de ponta e contém um painel digital em seu interior
Foto: YouTube / Reprodução
Entre as criações de D'Aloisio está o aplicativo Summly, um serviço de buscas na internet para iPhone que atraiu investimento inicial de US$ 250 mil
Foto: Reprodução
Caine Monroy, 9 anos, não desenvolveu nenhum aplicativo, mas inovou ao criar um fliperama totalmente artesanal, feito com reaproveitamento de caixas de papelão da loja de seu pai, em East Los Angeles
Foto: Vimeo / Reprodução
Michael Sayman, 15 anos, já tem seu prórpio negócio de softwares para smartphones e tablets, e estima que já tenho vendido aplicativos para cerca de 1 milhão de usuários na App Store
Foto: BBC / Reprodução
A invenção, toda construída à mão por Caine, gerou um vídeo, que virou webhit e resultou em US$ 140 mil em doações. A quantia será usada para financiar os estudos do menino
Foto: Vimeo / Reprodução
Mathew Ho e Asad Muhammad, ambos de 17 anos, mandaram um boneco Lego para a atmosfera terreste usando um balão de gás hélio, trajetória que foi registrada por uma câmera de vídeo acoplada a uma peça de Lego
Foto: YouTube / Reprodução
Inspirados por um programa de TV, cinco estudantes adolescentes criaram seu próprio simulador de vôos espaciais
Foto: YouTube / Reprodução
O brasileiro Pedro Franceschi ficou conhecido, desde muito jovem, por suas habilidades com programação. Em 2010, aos 13 anos, foi painelista do TEDxSudeste
Foto: YouTube / Reprodução
Franceschi desbloqueou diversos dispositivos, incluindo iPhones. No final de 2011, publicou um vídeo na internet mostrando como fez o assistente de voz Siri, da Apple, falar em português