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Cartão de crédito quântico pode ser imune a fraudes

22 nov 2012 - 08h22
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A partir da publicação de um artigo do físico Stephen Wiesner, em 1983, o conceito de dinheiro quântico (quantum money, em inglês), utilizando as propriedades da tecnologia para criar uma forma de dinheiro à prova de fraudes, tornou-se cada vez mais desenvolvido nos centros de pesquisa do mundo inteiro. E agora, o projeto de uma equipe internacional de físicos deu um novo passo do conceito de quantum money, através de um sistema baseado em tecnologia quântica, que permite estabelecer protocolos para troca de informações que podem ser usados como base para desenvolver um cartão imune a fraudes.

Desenvolvido por um grupo internacional de pesquisadores, projeto busca a criação de um cartão de crédito imune à clonagem
Desenvolvido por um grupo internacional de pesquisadores, projeto busca a criação de um cartão de crédito imune à clonagem
Foto: Divulgação


O cartão de crédito 100% seguro, no entanto, ainda está longe de ser desenvolvido: em fase experimental, o projeto encontra-se em um estágio em que o armazenamento da informação quântica ainda não é suficiente para aplicar os protocolos propostos. "No nosso modelo, podem haver fraudes, mesmo que improváveis: 100% de segurança nunca é possível. Entretanto, o que estamos tentando fazer é reduzir ao máximo as probabilidades de fraude, para algo como ganhar na loteria", exemplifica um dos participantes do projeto, o pesquisador Fernando Pastawski, do Instituto Max Planck de Óptica Quântica, na Alemanha.



Para compreender melhor o projeto, é importante entender o funcionamento dos dois protocolos considerados pelos pesquisadores. Enquanto o primeiro conta com um token que contém informações que podem ser corrompidas facilmente e que, portanto, só podem ser acessadas por partes confiáveis, sendo utilizado apenas em um sistema fechado, o segundo não contém as chamadas informações sensíveis, aproximando-se mais do modelo anticlonagem desejado. "Por não conter dados sensíveis, o token do segundo protocolo poderia ser deixado sem problemas nas mãos de um falsificador. Dessa forma, ele é o mais avançado, e vai até mesmo além da proposta do artigo de 1983", ressalta o pesquisador.



Assim, se os resultados são animadores em relação a um futuro com cartões de crédito à prova de fraudes, é preciso esperar ainda um bom tempo até que o hardware necessário para que essa tecnologia seja comercializado, com memórias quânticas fortes e duradouras. Apesar de não precisar quantos anos levarão até que nenhum cartão seja clonado, Pastawski destaca que o progresso existe, mas ainda de forma lenta. "Ele está sendo feito de forma constante, mas ainda precisamos avançar no armazenamento de informação quântica para realmente viabilizar o projeto", frisa.



Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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