Internet ainda é tratada como luxo no País, diz presidente da ABCID
27 jul2012 - 13h22
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Isadora Lescano
Direto de Porto Alegre
Nesta sexta-feira, o publicitário e ativista do movimento Mega Não, João Carlos Caribé, e o presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital (ABCID), Mário Brandão, falaram sobre o atual panorama da inclusão digital no Brasil em palestra no 13º Fórum Internacional Software Livre (fisl13) - incluindo o extremo valor comercial ao qual a conectividade ainda é vinculada no País.
Caribé abriu o painel expondo dados recentes, como o percentual de penetração da internet em território brasileiro, que é de 53% na média geral, mas se considerada de forma mais segmentada, nota-se que o mesmo índice atinge 58% em grandes centros urbanos e 23% na área rural.
O País atualmente é o 13º colocado no ranking da economia de rede (2,2% do PIB nacional) entre os países do G20 - grupo formado pelas maiores economias mundiais - de acordo com dados de relatório do McKinsey Global Institute, apresentados por Caribé durante a palestra.
Entretanto, a previsão é que até 2016 o Brasil caia para a 18ª posição. "se continuarmos nessa linha, com foco inadequado para inclusao digital, realmente acontecerá", disse o ativista sobre a estimativa, e acrescentou: "Esse é mais um motivo pelo qual devemos aprovar logo o Marco Civil da internet."
Brandão descreveu que o País evoluiu muito pouco nos últimos dois anos em termos de inclusão digital. "Muitas pessoas tem acesso aos meios, mas não tem acesso à prática. Ter um celular e não ter crêdito para usar não significa que se está conectado", exemplificou ele, dizendo que ainda não ocorrem esforços significativos no para instrumentalizar e instruir a população para o uso da internet.
Também afirmou que existem muitos analfabetos funcionais da era digital, que sabem usar serviços como redes sociais, mas não são capazes de submeter formulários um pouco mais complexos, como matrículas escolares por exemplo, através da rede.
"A internet tem capacidade singular de melhorar transversalmente todos os aspectos da vida em sociedade", defendeu Brandão. Porém, ele diz que o acesso à rede ainda é tratado como um luxo, como algo feito para se mercantilizar, tanto pelas empresas privadas e até mesmo pelo governo, e que isso atrasa o processo de inclusão.
"Para uma camada estratégica da população, o Brasil está bom do jeito que está", disse ele, para depois concluir: "O grande desafio não é só incluir quem não tem internet, mas promover a consciênciade que precisamos ter um país que funcione a favor de todos."
Tux, o pinguim mascote do Linux, recebe o público do fisl13
Foto: Isadora Lescano / Terra
Muito requisitado, Tux é fotografado com participantes e visitantes do evento
Foto: Isadora Lescano / Terra
Tux, o mascote, é sempre uma presença certa no evento
Foto: Isadora Munro / Terra
O fisl13 estima atrair público de 8 mil pessoas, entre participantes e visitantes da mostra de soluções
Foto: Isadora Munro / Terra
O fisl13 se realiza no Centro de Eventos da PUC-RS, em Porto Alegre, até o próximo sábado (28), com atividades das 9h às 20h
Foto: Isadora Lescano / Terra
A mostra de soluções, aberta ao público em geral, ocupa um andar inteiro do Centro de Eventos, com empresas e instituições mostrando seus produtos
Foto: Isadora Lescano / Terra
O fisl oferece espaço para troca de ideias, colaboração e encontros entre profissionais, estudantes, curiosos e fãs de tecnologia
Foto: Isadora Lescano / Terra
Participantes chegam, pegam credenciais e ganham uma bolsa com o material do evento. Depois, é correr para as mesas e ligar equipamentos
Foto: Isadora Munro / Terra
Foto: Terra
Participantes se reúnem em um dos lounges do fisl13, durante segundo dia de evento
Foto: Isadora Lescano / Terra
Sala lotada durante painel sobre a implementação da Lei de Acesso à Informação no RS
Foto: Isadora Lescano / Terra
Além do Tux, outros mascotes também circulam pelo fisl13
Foto: Isadora Lescano / Terra
Participante mascarado atraiu olhares e pedidos para posar em fotos
Foto: Isadora Lescano / Terra
O consultor e ativista Marcelo Branco integra o time de palestrantes
Foto: Isadora Lescano / Terra
O diretor executivo da Linux International, Jon "Maddog" Hall, que lotou a palestra que deu no segundo dia de fisl13
Foto: Isadora Lescano / Terra
Foto: Terra
Expositores mostram criações que utilizam pedaços de teclado, como uma aranha e alguns relógios, no terceiro dia do fisl13 em Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino / Terra
Robô criado através de plataforma livre desenvolvida no Uruguai segue trajetória desenhada em cartaz
Foto: Guilherme Justino / Terra
Deca, robô criado por estudantes de Recife, se move pelos corredores do fisl com uma bandeira do Brasil. Seguindo a premissa da robótica livre, apenas produtos descartados foram utilizados em seu desenvolvimento
Foto: Guilherme Justino / Terra
Utilizando um chapéu em formato de pinguim, Maddog conversa com participantes depois de palestrar
Foto: Guilherme Justino / Terra
Jon "Maddog" Hall, conhecido como guru do software livre, posa para foto mostrando sua tatuagem do Tux, o pinguim mascote do Linux
Foto: Guilherme Justino / Terra
Dragão "engole" participantes no terceiro dia da 13ª edição do Fórum Internacional Software Livre (fisl). O mascote - assim como o pinguim Tux - diverte os participantes da feira realizada em Porto Alegre