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Anatel: serviço 4G em 700 MHz não estará disponível para 2014

11 abr 2013 - 14h28
(atualizado às 14h32)
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O serviço de telefonia móvel de quarta geração (4G) na faixa de 700 megahertz (MHz) não estará disponível a tempo para a Copa do Mundo de 2014, mas isso não deverá comprometer o uso de celulares pelos turistas que vierem ao torneio, disse à Reuters o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende.

<p>iPhone 5, na versão americana, funciona na frequência 1,8 GHz</p>
iPhone 5, na versão americana, funciona na frequência 1,8 GHz
Foto: Getty Images

"Em 2014 não tem 700 MHz ainda, em 2014 vai ter de trabalhar no 2,5 gigahertz (GHz)", disse Rezende, lembrando que o leilão de 4G para aquela faixa de frequência deve ocorrer em janeiro do ano que vem e que não haveria tempo hábil para implementar a frequência antes dos jogos, que começarão em junho. Alguns telefones com tecnologia 4G não funcionam na frequência, como a versão americana do iPhone 5 da Apple, para 1,8 GHz.

Segundo ele, o 4G em 700 MHz só deve começar a funcionar a partir de 2015. Essa faixa é usada em vários países que possuem rede de quarta geração, e, sem essa frequência, parte dos turistas com celulares 4G que vierem ao mundial terá de usar a rede 3G.

O governo leiloou frequências de 2,5 GHz para uso pela telefonia 4G no ano passado, mas a infraestrutura construída nesse padrão, que deverá estar disponível nas cidades-sede, será incompatível com aparelhos que operam em 700 MHz.

<p>4G tem velocidade maior que internet móvel de terceira geração</p>
4G tem velocidade maior que internet móvel de terceira geração
Foto: Divulgação

A frequencia de 700 MHz é considera pela indústria como mais apropriada para a operação de telefonia 4G porque precisa de menos antenas para sua cobertura do que a frequência de 2,5 GHz. A faixa de 700 MHz hoje é utilizada no Brasil pela TV aberta análogica e o governo está propondo reorganizar essa frequência para transformar em digital o sinal das emissoras que a utilizam, liberando o espectro.

Rezende afirmou que acredita que usuários de 4G que vierem ao Brasil não deverão sobrecarregar a rede 3G do país. "Não acredito que vai ter muita gente nessa situação", disse.

Segundo ele, já há fabricantes oferecendo equipamentos que operam em várias frequências. Além disso, ele afirmou que, para evitar pagar as tarifas de roaming, o mais provável é que os torcedores estrangeiros comprem chips no Brasil. "As pessoas acabam comprando o chip aqui. Fora as transmissões corporativas, um consumidor normal vai fugir do roaming. A barreira não é tecnológica, é financeira", disse.

A Fifa, porém, manifestou na terça-feira preocupação com relação às comunicações nas cidades-sede tanto da Copa das Confederações como da Copa do Mundo. Ao escolher em 2007 o Brasil como sede do Mundial de 2014, a Fifa cobrou do governo brasileiro a garantia de um "serviço exemplar" de telecomunicações, ciente da enorme demanda por conexão de dados por parte tanto dos torcedores como da mídia. A promessa do governo foi de que haveria a oferta de serviços de internet móvel de quarta geração a tempo para os eventos.

Qualidade

O presidente da Anatel disse ainda que "daqui a uns 10 dias" a agência deverá divulgar o resultado da segunda avaliação trimestral da qualidade do serviço das operadoras de telefonia móvel, relativa ao período de novembro de 2012 a janeiro deste ano. Rezende disse que o estudo mostrará "redução expressiva no problema" das quedas de chamadas de voz, mas estagnação na transmissão de dados.

"Nós ainda percebemops que existe um problema na transmissão de dados. Não é a ideal. As empresas precisam investir mais nisso", disse. Ele salientou, entretando, que "não está no horizonte" da Anatel aplicar novamente às operadoras punição semelhante àquela de julho de 2012, quando suspendeu por 11 dias parte das vendas de novas linhas da Oi, TIM e Claro.

Desde então, a Anatel acompanha os investimentos anunciados pelas empresas para melhorar a qualidade. Na primeiora avaliação, divulgada em fevereiro e relativa aos meses de agosto, setembro e outubro de 2012, as empresas já não javiam cumprido as metas de acesso a dados.

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