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Chefe britânico de espionagem: guerra cibernética já começou

13 out 2010 - 11h01
(atualizado às 12h12)
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Países já estão utilizando técnicas de guerra cibernética para lançar ataques uns contra os outros e há necessidade de vigilância contínua para proteger sistemas críticos de computadores, disse o diretor da agência britânica de espionagem de comunicações, em um raro discurso.

Governos vem se preocupando cada vez mais com ataques à infraestrutura das nações
Governos vem se preocupando cada vez mais com ataques à infraestrutura das nações
Foto: Divulgação

Iain Lobban, diretor do Government Communications Headquarters (GCHQ), afirmou que sistemas do governo britânico são alvo de mil tentativas mensais de infiltração. "O ciberespaço é disputado a cada hora, a cada dia, a cada minuto, a cada segundo", disse ele em um raros discurso, na noite de terça-feira. Suas declarações, feitas diante de uma plateia em Londres, foram publicadas na quarta-feira.

A internet reduziu "as barreiras de acesso ao jogo da espionagem", disse. Sua expansão eleva o risco de perturbações à infraestrutura, por exemplo usinas de energia e serviços financeiros, segundo ele.

"A ameaça é real e digna de atenção", disse Lobban, cujo GCHQ, uma grande operação de escuta semelhante à Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, cuida de atividades como decifração de códigos e coleta de informações.

Políticos e líderes dos serviços de espionagem britânicos e do restante do mundo vêm lançando alertas cada vez mais frequentes sobre a crescente ameaça da guerra cibernética. A questão ganhou destaque no mês passado quando especialistas em segurança sugeriram que o worm Stuxnet, que ataca um sistema industrial amplamente utilizado, pode ter sido criado por um Estado a fim de atacar instalações nucleares no Irã.

"É verdade que vimos o uso de técnicas de guerra cibernética por um país contra outro, a fim de criar pressão diplomática ou econômica", disse Lobban no Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, sem mencionar detalhes específicos.

Um relatório parlamentar recente informou que o GCHQ havia indicado que países como Rússia e China representam a maior ameaça de ataque eletrônico contra o Reino Unido.

Os Estados Unidos estão criando um cibercomando em suas forças armadas para proteger suas redes e montar ataques cibernéticos, e Lobban disse que é preciso haver acordo sobre "normas corretas de comportamento no ciberespaço para os Estados responsáveis."

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