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China bloqueia buscas no Google Hong Kong

23 mar 2010 - 17h52
(atualizado às 18h02)
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A China não esperou nem 24 horas da decisão do Google de suspender a censura e começou a bloquear as buscas por temas que considera sensíveis no site do Google Hong Kong.

Uma página no Google mostra os serviços que estão bloqueados na China
Uma página no Google mostra os serviços que estão bloqueados na China
Foto: Reprodução

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Na segunda-feira, o Google anunciou que estava fechando seu site na China devido à censura e trasferindo as buscas para seu site em Hong Kong, que, embora faça parte da China, não tem restrições à internet.

De acordo com o americano Washington Post, buscas sobre temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, ou a seita Falun Gong feitas em Pequim resultaram numa tela em branco ou numa mensagem de erro. Mais cedo as buscas geravam resultados, mas os links estavam bloqueados.

Ainda nesta terça-feira TOM Online, uma companhia de internet de Hong Kong, anunciou que deixará de usar o Google como mecanismo de busca. Duas grandes companhias telefônicas estatais chinesas - China Mobile, com 500 milhões de usuários, e China Unicom, a segunda maior do país - também anunciaram planos de rever seus contratos o gigante americano de internet. A China Mobila usa as buscas do Google em sua página principal enquanto a China Unicom tinha planos até agora de usar a plataforma Android em seus celulares.

Entenda a crise

Na segunda-feira, o Google anunciou que havia fechado o site Google.cn e que as buscas seriam desviadas para o Google.com.hk, baseado em Hong Kong e livre da censura imposta pelo governo chinês desde 2006. Hong Kong, uma ex-colônia britânica, pertence à China, mas conta com maior liberdade - incluindo internet não censurada - do que o resto do país.

O Google mantém no ar uma página em que mostra quais de seus serviços ainda estão disponíveis e aqueles completa ou parcialmente bloqueados na China.

A censura da internet se tornou uma fonte de tensões entre China e Estados Unidos, com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, lançando um chamado em janeiro pela defesa da liberdade na internet em todo o mundo, citando a China, entre outros países, como exemplo.

Em 12 de janeiro, o Google anunciou ter sofrido um ataque de hackers. A Contas do Gmail pertencentes a vários ativistas chineses de direitos humanos foram violadas. Na sequência dos acontecimentos o gigante da internet anunciou que deixaria de censurar os resultados das buscas em sua versão em mandarim. Desde a chegada do Google à China, em 2006, temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial, a seita Falun Gong e a luta pela libertação do Tibet eram censurados no serviço de buscas e também em concorrentes, como o Bing.

Além do Google, os ataques tiveram como alvo outras 31 empresas, além do Google. O governo americano participou das investigações, que apontaram duas escolas chinesas como a fonte. O governo de Pequim nega as acusações.

Fonte: Redação Terra
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