PUBLICIDADE

Chris Anderson: a nova revolução industrial já chegou

18 jun 2010 - 10h58
Compartilhar
Henrique Martin
Zumo Notícias

Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired, acredita que estamos vivendo já na terceira revolução industrial. Em uma palestra na manhã de hoje em São Paulo, durante o evento info@trends, Anderson adiantou o tema do seu próximo livro.

Chris Anderson, editor da prestigiada Wired é também autor de A cauda longa e Free
Chris Anderson, editor da prestigiada Wired é também autor de A cauda longa e Free
Foto: Divulgação

"É preciso explicar porque estamos em um momento dramático na história. A última década foi sobre encontrar novos modelos sociais e de inovação na web. A próxima década será sobre como aplicar esse conhecimento ao mundo real, do digital para bens e serviços", afirmou."Será uma extensão do modelo da web aplicado à manufatura de produtos reais."

No ponto de vista de Anderson, a primeira revolução industrial, movida a vapor, ajudou a criar um modelo de produção em massa onde apenas quem tinha dinheiro para investir podia prosperar. A segunda revolução veio com o PC e a internet, que ajudaram a democratizar as ferramentas de criação e distribuição de conteúdo.

"Agora, estamos em um momento em que o indivíduo entra no processo de produção. Você cria um produto e robôs na China trabalham para você.As grandes cadeias globais de fabricação agora estão abertas para cada pessoa, é a mesma coisa que ter um blog", disse. "No século XX, quem queria ter voz na imprensa precisava ter uma editora e uma gráfica.Com os blogs, todos têm acesso a uma voz, com acesso a audiências de massa. O mesmo vale para a produção: existe uma fábrica na China que quer trabalhar para você", explicou.

Anderson comentou como chegamos a esse processo de "fabricação individual". Nos anos 90, era complicado negociar e conseguir um contrato de fabricação de qualquer coisa na China, e apenas em altos volumes. A mudança de gerações, mais preparadas para o meio online, começou a tomar o poder nessas empresas asiáticas - e a crise financeira veio. "Sem pedidos em escala suficientes, os fabricantes descobriram uma nova classe de consumidor, que quer em menores quantidades, mas que dá maior retorno financeiro", contou o editor da Wired.

"Ao mesmo tempo, foram evoluções paralelas: tanto a evolução da manufatura global quanto a chegada de ferramentas mais em conta de prototipagem, em 3D e CNC, por exemplo. É uma completa inversão do modelo industrial, já que conseguimos operar mais rápido e mais barato desse modo", explicou. "Sua ideia se torna um produto em meses, não em anos, e uma pequena empresa pode ter impacto global", disse.

Durante a palestra, Anderson comentou vários casos de produção "doméstica". Seu avô, no século passado, era um inventor (criou o sistema de "sprinklers" para jardins), mas não conseguia fabricar nada- já que estava fora do seu alcance.

"Hoje, qualquer pessoa vai ao Alibaba.com (mercado de supply chain onde é possível encontrar esses fabricantes), negocia online do mesmo modo que compra algo na Amazon.com e em semanas os protótipos estão na sua porta", concluiu.

Fonte: Zumo Notícias
Compartilhar
TAGS
Publicidade