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Criador da Wikipedia elogia o Google por suspender censura

23 mar 2010 - 16h22
(atualizado às 17h07)
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Jimmy Wales, co-fundador da Wikipédia, elogiou o Google pela decisão de suspender a censura na China.

Uma página mostra os serviços do Google censurados na China
Uma página mostra os serviços do Google censurados na China
Foto: Reprodução

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"Meus parabéns, Google. Yahoo, Microsoft e Facebook deveriam apoiar também - a liberdade de expressão é importante -, disse ele em seus perfis nas redes sociais Twitter e Facebook.

A própria Wikipédia já teve seus períodos de total e parcial censura na China, devido aos artigos que discutiam questões políticas delicadas, como a invasão do Tibet, o massacre da Praça Tiananmen, a independência de Taiwan e a repressão do movimento religioso Falun Gong.

Em comunicado, o governo norte-americano lamentou que a empresa não tenha conseguido chegar a um acordo com a China, mas disse respeitar a decisão. Já o governo chinês reagiu afirmando que a Google violou um "compromisso escrito" e que fez "acusações despropositadas", informa o site shanghaiist.

Entenda a crise

Na segunda-feira, o Google anunciou que havia fechado o site Google.cn e que as buscas seriam desviadas para o Google.com.hk, baseado em Hong Kong e livre da censura imposta pelo governo chinês desde 2006. Hong Kong, uma ex-colônia britânica, pertence à China, mas conta com maior liberdade - incluindo internet não censurada - do que o resto do país.

O Google mantém no ar uma página em que mostra quais de seus serviços ainda estão disponíveis e aqueles completa ou parcialmente bloqueados na China.

A censura da internet se tornou uma fonte de tensões entre China e Estados Unidos, com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, lançando um chamado em janeiro pela defesa da liberdade na internet em todo o mundo, citando a China, entre outros países, como exemplo.

Em 12 de janeiro, o Google anunciou ter sofrido um ataque de hackers. A Contas do Gmail pertencentes a vários ativistas chineses de direitos humanos foram violadas. Na sequência dos acontecimentos o gigante da internet anunciou que deixaria de censurar os resultados das buscas em sua versão em mandarim. Desde a chegada do Google à China, em 2006, temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial, a seita Falun Gong e a luta pela libertação do Tibet eram censurados no serviço de buscas e também em concorrentes, como o Bing.

Além do Google, os ataques tiveram como alvo outras 31 empresas, além do Google. O governo americano participou das investigações, que apontaram duas escolas chinesas como a fonte. O governo de Pequim nega as acusações.

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