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Crítica de Snowden à repressão russa na internet é discutível, diz Kremlin

7 set 2015 - 08h53
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O Kremlin tachou nesta segunda-feira de discutíveis as críticas feitas pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden, sobre as medidas adotadas pela Rússia contra a liberdade de expressão na internet.

"É uma declaração muito discutível mas, ao mesmo tempo, ele tem seu ponto de vista. Sim, neste caso vive na Rússia, mas isso não significa que esteja obrigado a algo. Ele tem sua opinião e pode expressá-la", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Peskov ressaltou que Snowden, reivindicado pela Justiça dos Estados Unidos e asilado na Rússia há mais de dois anos, não é a primeira pessoa que critica as restrições que os usuários russos de internet enfrentam.

"Efetivamente, é um debate que está na mesa. É algo absolutamente normal", disse.

Ao receber o prêmio Bjornson, da Academia Noruega de Literatura e Liberdade de Expressão, Snowden descreveu essas medidas como "essencialmente equivocadas".

"É algo equivocado na Rússia e seria em qualquer lugar. Fui bastante crítico no passado e continuarei a ser no futuro", disse Snowden, que não hesitou em expressar sua "decepção e frustração" pela involução das liberdades no país.

Snowden criticou o governo russo por tentar controlar cada vez mais o conteúdo na rede, inclusive aspectos individuais da vida das pessoas.

E disse não aceitar as explicações dos serviços secretos dos países que limitam as liberdades individuais, de que isso serve exclusivamente para proteger os cidadãos de atentados terroristas.

Ele reconheceu que nunca pensou que hoje seria livre após revelar a trama de espionagem em massa dos serviços secretos americanos. "Pensei que estaria na prisão. Não esperava receber prêmios".

Recentemente o governo americano negou um pedido de perdão a Snowden, que ameaçou retornar aos EUA e se sentar no banco dos réus diante de um júri popular.

Washington acusa Snowden de pôr em perigo a segurança dos Estados Unidos ao roubar e vazar informação secreta, de se esconder em um país, a Rússia, "com um regime autoritário" e de fugir das consequências de seus atos.

O ex-agente da Agência de Segurança Nacional, que chegou a Moscou em junho de 2013 vindo de Hong Kong com a intenção de ir para algum país latino-americano, recebeu há um ano permissão de residência na Rússia por três anos.

Segundo seu advogado, ele encontrou trabalho na Rússia no setor de tecnologia da informação, embora por motivos de segurança seu paradeiro seja mantido em segredo.

EFE   
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