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Empresa de celulares Xiomi mira serviços para internet móvel

16 ago 2013 - 10h16
(atualizado às 14h55)
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Dois anos após seu smartphone econômico de alta qualidade ter conquistado milhões de fãs na China, a empresa de tecnologia chinesa Xiaomi Tech quer ganhar mais dinheiro com compras online e jogos do que com a venda de seus aparelhos.

A Xiaomi é mais conhecida mundialmente como a resposta da China à Apple, uma imagem que o bilionário Lei Jun se esforçou para promover desde que fundou a empresa em 2010, num evento em que se vestiu com camiseta preta, calça jeans e tênis, assim como o falecido Steve Jobs.

Desde então, Lei aumentou suas opções de guarda-roupa e a Xiaomi vendeu mais smartphones que a Apple no segundo trimestre na China, o maior mercado de celulares inteligentes do mundo, de acordo com os últimos dados da consultoria Canalys.

Os baixos preços da Xiaomi, no entanto, implicam margens de lucro menores e, por isso, Lei agora quer expandir as atividades no negócio de Internet móvel na China, mercado que deve atingir 30 bilhões de dólares em 2015, ante cerca de 9 bilhões em 2012.

"A Xiaomi se parece um pouco com a Apple, mas é realmente mais como a Amazon, com alguns elementos do Google" disse Lei, em uma entrevista em Pequim. "O telefone celular é apenas o portador", afirmou. "A Microsoft costumava vender o Windows em uma caixa com um CD dentro. Isso faz da Microsoft uma empresa de caixas de papel?"

A Xiaomi atualmente tem uma receita mensal de cerca de 20 milhões de iuanes (3,27 milhões de dólares) com sua plataforma de Internet móvel, que inclui um centro de jogos, um mercado online e um aplicativo de mensagens sociais que compete com o popular WeChat, da Tencent.

No primeiro semestre, esse número era equivalente a menos de 1 por cento da receita mensal da companhia.

Mas Lei estima que a receita com os serviços de Internet móvel possam subir para até 150 milhões de iuanes por mês até o final do próximo ano, à medida que a Xiaomi desenvolve o que ele chamou de ecossistema de softwares.

Ele se recusou a dar detalhes específicos, mas disse que a Xiaomi tem o hardware necessário para a expansão dos serviços online.

"A Xiaomi vendendo celulares é como a Amazon vendendo Kindles", acrescentou.

Especialistas do setor alertam que as ambições de Lei podem ser ofuscadas pelo tamanho de seus concorrentes e pelas serviços já ofertados por eles nesse mercado.

A maioria dos consumidores chineses também está acostumada a fazer downloads gratuitos e não vai pagar por software, o que torna difícil para as empresas ganhar dinheiro dessa maneira, disse Michael Clendenin, da consultoria RedTech Advisors.

"A Apple tem um grande ecossistema, mas que é criado para manter as pessoas em seu hardware. Não o contrário", acrescentou.

A Xiaomi tem sido avaliada em até 10 bilhões de dólares, enquanto a Tencent, maior empresa de Internet da China em receita, tem uma capitalização de mercado de 88,6 bilhões dólares.

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