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Empresas têm medo de liberar uso das redes sociais no escritório

4 mai 2012 - 19h29
(atualizado em 6/5/2012 às 15h43)
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Amaya Quincoces

O uso das redes sociais pra fins pessoais é uma realidade inegável, mas a conveniência ou não de sua implantação generalizada nos escritórios continua despertando opiniões desencontradas, entre os que veem nelas grandes vantagens e os que as consideram uma ameaça.

A principal limitação para a implantação das redes sociais no escritório é a falta de cultura organizativa
A principal limitação para a implantação das redes sociais no escritório é a falta de cultura organizativa
Foto: Amaya Quincoces / EFE

Os defensores destas tecnologias opinam que sua utilização responsável no trabalho pode fomentar a criatividade e o espírito de protagonismo do funcionário, além de sua participação na empresa.

Pelo contrário, seus detratores pensam que a implantação generalizada destas tecnologias pode distrair os trabalhadores, dispersá-los de suas tarefas e até mesmo iniciar conflitos.

A especialista Elena Méndez Díaz-Villabella, diretora da enEvolución, uma rede de analistas em Recursos Humanos que promove a colaboração 2.0 entre seus empregados, afirmou à Agência Efe que é "inegável o potencial das novas tecnologias, mas em geral, as empresas não se sentem suficientemente tranquilas se seus empregados as usam livremente nos escritórios".

Ferramentas
Na opinião de Elena, ainda não existe uma sólida cultura organizativa generalizada nas empresas propícia ao uso das redes sociais, "e essa é precisamente a maior limitação para sua implantação". "O tema econômico não é um problema dado que estas ferramentas quase não representam custos para a empresa", acrescentou.

As ferramentas, no caso, são blogs, fóruns, a Wikipédia, sites de compartilhamento de documentos (Slideshare), vídeos (YouTube), fotos (Flickr), redes sociais abertas (Facebook, Google+, Twitter), privadas (Yammer) e profissionais (LinkedIn).

Não é pequeno o número de sites e menos ainda o número de interessados em acessá-los, mas "as empresas estão prontas para permitir isso? E os profissionais se sentem preparados para usá-los de forma construtiva?", perguntou a especialista.

Nova mentalidade
Apesar de o debate sobre a efetividade ou não destas tecnologias no escritório estar tingido de luz e sombras, o futuro se vislumbra mais claro: as novas gerações de "nativos digitais" imporão uma nova mentalidade de trabalho mais "democrática" nas relações de comunicação nas empresas, o que implicará em um uso generalizado e habitual das redes sociais nas mesmas.

Essa é a previsão de Esperanza Suárez, doutora em Sociologia e consultora de Recursos Humanos. "Quando as crianças e adolescentes de agora se incorporarem ao mercado de trabalho, as empresas não terão outra opção que assumir os novos modelos de comunicação destas gerações", declarou.

Estes próximos modelos comunicativos que começam a aparecer, e que previsivelmente se consolidarão, serão supostamente mais horizontais e menos hierarquizados, "já que as tecnologias nos permitem conectar facilmente a todo o mundo em qualquer lugar, de acordo com o conhecimento e não tanto com o status pessoal", segundo Esperanza.

"As experiências de uso de redes sociais nas empresas costumam ser pouco organizadas e sem coordenação com os departamentos de recursos humanos. As mesmas são normalmente fruto de ações empreendidas por sua conta e risco por certos funcionários de espírito mais ativo", concluiu a especialista.

EFE   
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