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"Escola de hackers" atrai muitos brasileiros, diz cofundador

16 nov 2012 - 08h25
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Guilherme Neves

Quem não entende de programação de softwares é o novo analfabeto, e sofre da mesma dependência de outros no mundo digital que uma pessoa que não lê na vida real. Esta é a opinião de Zach Sims, cofundador do site Codeacademy, uma "escola" gratuita para formação de novos programadores, ou hackers - no sentido original, de alguém hábil no desenvolvimento de códigos -, se preferir. De quebra, Zach e seu cofundador, Ryan Bubinsk - ambos com 22 anos -, estão à frente de um empreendimento que já levantou quase US$ 13 milhões de investidores americanos. Conforme Sims, muitos brasileiros também foram atraídos pela ferramenta.

Sims e Bubinsky criaram o Codeacademy para facilitar o aprendizado da programação
Sims e Bubinsky criaram o Codeacademy para facilitar o aprendizado da programação
Foto: Codeacademy / Divulgação

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"Há muitos brasileiros e latino-americanos. A maioria dos cadastrados é de fora dos Estados Unidos e nós planejamos ampliar nosso suporte a idiomas justamente por isso", diz Sims em entrevista ao Terra, sem citar números específicos de usuários no País.

"Nós vemos a programação como a alfabetização do século 21 - é uma habilidade que ajuda as pessoas a entenderem e trabalharem no nosso mundo. Com a Codeacademy queremos que todo mundo entenda melhor a tecnologia e tenha condições de fazer as coisas, em vez de apenas consumir", explica.

Sims fundou o site Codeacademy no ano passado ao lado de Ryan Bubinsky. Na época, Sims estudava programação e trabalhava com algumas startups, enquanto Bubinsky dava aulas. "Eu achava o processo (de aprendizagem) frustrante e Ryan, difícil de ensina. Nós decidimos fazer algo que transformasse o ensino da programação fácil e divertido", completa.

A ideia pegou. No lançamento, a Codeacademy atraiu 200 mil pessoas, que fizeram 2,1 milhões de exercícios em 72 horas - mantendo a dupla de fundadores quase sem dormir por três dias para manter o site no ar. Até agora foram 50 milhões de tarefas concluídas e 25 mil usuários propondo novos exercícios para a base.

Uma vez inscrito, o usuário recebe instruções e tarefas que vão aumentando em complexidade. A ideia é que o básico da programação seja internalizado pelos inscritos aos poucos. Os cadastrados podem verificar o seu progresso - e o de outros usuários - no próprio site. "Não damos um diploma, mas os perfis na 'academia' mostram o progresso de cada um", explica Sims.

Hoje, o Codeacademy oferece aulas sobre as linguagens de programação JavaScript, HTML/CSS, Python e Ruby linguagens que tem em comum a internet, mas podem ser usadas em uma variedade de aplicações, incluindo jogos eletrônicos.

Atualmente, a empresa exibe nove funcionários na página de apresentação da equipe na internet, e conta com nove vagas abertas em Nova York.

Contra o gap da mão de obra?

O discurso do Codeacademy não é o de substituir um curso universitário em computação, mas sim de equipar o "internauta comum" com as ferramentas para lidar melhor com o universo digital. A iniciativa, no entanto, pode ajudar a amenizar um fenômeno mundial que impacta o Brasil, o da carência da mão de obra na área de tecnologia.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), em 2014, o Brasil vai precisar de 78 mil novos profissionais, mas apenas 33 mil terão formação na área. A expectativa de Sims é incentivar "facilitar as coisas" para os interessados.

Fonte: Terra
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