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EUA: decisão sobre a China é só do Google

23 mar 2010 - 16h53
(atualizado às 17h25)
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O governo dos Estados Unidos garantiu nesta terça-feira que a ação do Google de fechar seu portal em idioma chinês foi uma decisão de negócios e que não se envolveu na decisão.

Sede do Google em Hong Kong. Governo dos EUA se exime sobre decisão
Sede do Google em Hong Kong. Governo dos EUA se exime sobre decisão
Foto: BBC Brasil

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"Foi uma decisão empresarial do Google", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P.J. Crowley, a repórteres.

"Em relação à liberdade na internet e ao fluxo de informações em todo o mundo, incluindo o fluxo de informações envolvendo a China, trata-se de algo que vamos continuar a discutir com a China", acrescentou.

A decisão do Google anunciada na segunda-feira veio em um momento de tensões entre Pequim e Washington não apenas sobre a liberdade na internet como a taxa do iuan, sanções econômicas ao Irã e vendas de armas dos EUA à Taiwan.

"Em última instância, as empresas farão seus julgamentos sobre as oportunidades de investimento na China", disse Crowley.

"Nós consideramos a relação econômica entre os EUA e a China", afirmou ele. "Isso posto, se eu fosse a China, eu consideraria seriamente as implicações quando uma das mais reconhecidas empresas do mundo decide que é muito difícil fazer negócios na China", acrescentou.

Entenda a crise

Na segunda-feira, o Google anunciou que havia fechado o site Google.cn e que as buscas seriam desviadas para o Google.com.hk, baseado em Hong Kong e livre da censura imposta pelo governo chinês desde 2006. Hong Kong, uma ex-colônia britânica, pertence à China, mas conta com maior liberdade - incluindo internet não censurada - do que o resto do país.

O Google mantém no ar uma página em que mostra quais de seus serviços ainda estão disponíveis e aqueles completa ou parcialmente bloqueados na China.

A censura da internet se tornou uma fonte de tensões entre China e Estados Unidos, com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, lançando um chamado em janeiro pela defesa da liberdade na internet em todo o mundo, citando a China, entre outros países, como exemplo.

Em 12 de janeiro, o Google anunciou ter sofrido um ataque de hackers. A Contas do Gmail pertencentes a vários ativistas chineses de direitos humanos foram violadas. Na sequência dos acontecimentos o gigante da internet anunciou que deixaria de censurar os resultados das buscas em sua versão em mandarim. Desde a chegada do Google à China, em 2006, temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial, a seita Falun Gong e a luta pela libertação do Tibet eram censurados no serviço de buscas e também em concorrentes, como o Bing.

Além do Google, os ataques tiveram como alvo outras 31 empresas, além do Google. O governo americano participou das investigações, que apontaram duas escolas chinesas como a fonte. O governo de Pequim nega as acusações.

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