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Fundador da Megaupload é descrito como milionário extravagante

20 jan 2012 - 14h05
(atualizado às 20h46)
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O fundador da Megaupload, Kim Schmitz, conhecido também como Dotcom, acusado pelos Estados Unidos de dirigir o maior portal de pirataria na internet, é descrito como um milionário extravagante. Schmitz, alemão de nascimento e que há um ano tem premissão de residência na Nova Zelândia, onde está preso, é conhecido como Kim Dotcom, Kimble ou Kim Jim Vestor, seus apelidos preferidos.

Fundador do Megaupload, Kim Schmitz, é escoltado por um policial em um distrito judicial em Auckland, na Nova Zelândia
Fundador do Megaupload, Kim Schmitz, é escoltado por um policial em um distrito judicial em Auckland, na Nova Zelândia
Foto: TV3 / AFP

Com 37 anos, Kim Dotcom é incluído pela imprensa local no grupo de dez pessoas mais ricas da Nova Zelândia e considerado apaixonado por carros de luxo, mulheres e mansões. Esse entusiasmo pelas casas suntuosas incentivou o empreendedor Dotcom a tentar adquirir sem sucesso e por US$ 25 milhões, a casa de Coatesville que no fim acabou alugando para se ressarcir da desilusão que sofreu ao não poder comprá-la por causa dos impedimentos impostos pela Administração neozelandesa.

Pouco propenso a se relacionar com estranhos, Dotcom costumava sair pouco de sua mansão dos arredores de Auckland e quando fazia era com escolta e em algum dos luxuosos automóveis que coleciona, desde um Rolls Royce conversível a um Cadillac de 1950 rosa.

Apesar da decepção, Dotcom investiu cerca de US$ 8 milhões na aquisição de bônus do Tesouro, e segundo a imprensa, doou uma quantidade indeterminada de dinheiro para ajudar aos afetados pelo terremoto que atingiu Christchurch em fevereiro de 2011.

O fundador da Megaupload, Megavideo e Megalive, filiais de seu grupo Megaworld com sede em Hong Kong, gosta de se rodear em suas aparições públicas por belas modelos contratadas e jogar golfe nos campos da Nova Zelândia, país que para ele é "um raro paraíso na Terra".

Em 2001, gastou US$ 375 mil na compra de ações do portal de vendas na internet LetsBuyIt, quando ele se encontrava à beira da quebra. Após anunciar um investimento de US$ 50 milhões, que não fez, o preço das participações subiu e ao vendê-las ele embolsou por elas US$ 1,5 milhão.

Ele foi preso na Tailândia pelo negócio fraudulento, deportado à Alemanha e condenado a 20 meses de prisão e uma multa de 100 mil euros (US$ 129 mil). Dotcom, que teve sua prisão preventiva decretada por um tribunal de Auckland apesar de sustentar que não tem "nada a esconder", pode enfrentar uma pena de até 55 anos de prisão caso seja deportado aos Estados Unidos e declarado culpado pelos delitos que as autoridades do país lhe acusam.

Para a Justiça da Nova Zelândia este não é o primeiro caso de pirataria na internet em grande escala, já que, em 2008, julgou Owen Thor Walker, um jovem "hacker" que foi acusado de ajudar uma rede delitiva a se infiltrar em 1,3 milhões de computadores de várias partes do mundo.

Walker, que então tinha 18 anos e sofria a síndrome de Asperger, uma forma leve de autismo, se declarou culpado de desenvolver o vírus com o qual a rede roubou cerca de US$ 20 milhões de contas bancárias, mas o tribunal retirou as acusações e ele foi posto em liberdade.

Entenda o caso

As autoridades dos EUA, incluindo o FBI (polícia federal americana) tiraram o Megaupload do ar e outros 18 sites afiliados no dia 19 de janeiro por considerar que o site faz parte de "uma organização delitiva responsável por uma enorme rede de pirataria virtual mundial" que causou mais de US$ 500 milhões em perdas ao transgredir os direitos de propriedade intelectual de companhias. As autoridades norte-americanas consideram que por meio do Megaupload, que conta com 150 milhões de usuários registrados, e de outras páginas associadas ingressaram cerca de US$ 175 milhões.

Megaupload Ltd., e outra empresa vinculada ao caso, a Vestor Ltd, foram indiciadas pela câmara de acusações do estado da Virgínia (leste) por violação aos direitos autorais e também por tentativas de extorsão e lavagem de dinheiro, infrações penalizadas com 20 anos de prisão. Embora tenham participado da operação, as autoridades da Nova Zelândia não devem apresentar acusações formais contra o Megaupload, apesar de considerar que a empresa também infringiu as leis sobre propriedade intelectual deste país.

Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justiça e o da produtora Universal Music, entre outros na noite de 19 de janeiro. De acordo com os hackers, foi o maior ataque já promovido pelo grupo, com mais de 5 mil pessoas ajudando.

O anúncio do fechamento do Megaupload ocorreu em meio a uma polêmica nos Estados Unidos sobre uma proposta de lei antipirataria, o Sopa, que corre na Câmara dos Representante, e o Pipa, que é debatido no Senado, contra as quais se manifestou, entre muitos outros, o site Wikipédia, interrompendo seu acesso no dia 18 de janeiro e o Google mascarando seu logo. O protesto foi chamado de apagão ou blecaute pelos manifestantes.

EFE   
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