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Google Music tem muito a caminhar para alcançar o iTunes

21 nov 2011 - 18h14
(atualizado às 18h29)
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Rafael Maia

Quando o gigante das buscas online lança um produto - por mais que ele possa ser extinto depois de alguns anos - ele se impõe como a grande ameaça do setor. Nem tanto pela qualidade ou novidade do produto, mas pelo tamanho e pela penetração da marca no cotidiano das pessoas. Ao lançar, na última semana, o Google Music Store, ele se tornou instantaneamente o grande competidor do veterano e pioneiro iTunes, da Apple. A questão é que, a despeito da marca, a loja de músicas do Google vai precisar percorrer um longo caminho para poder se tornar, realmente, um competidor à altura do iTunes.

O Google Music foi anunciado em Los Angeles na semana passada
O Google Music foi anunciado em Los Angeles na semana passada
Foto: AFP

O Google Music Store foi lançado depois de meses de especulação e de uma versão Beta na nuvem competente nos Estados Unidos. Agora, usuários do Android poderão comprar músicas diretamente da Android Market por meio de um acordo notável com grandes coorporações como a Universal Music Group, a Sony e a EMI. Ao total, serão oferecidos ao usuário 13 milhões de músicas. Durante o evento do dia 15 de novembro, o Google revelou que cada conta poderá armazenar até 20 mil músicas.

O serviço irá oferecer críticas de músicas, singles e álbuns, além de informações exclusivas para usuários de Android de diversas bandas. Pela ferramenta, também serão disponibilizadas prévias de 90 segundos das canções antes da opção de comprá-las. O Google Music Store também pensou no produtor de música. Por uma taxa única de US$ 25, uma banda, por exemplo, poderá criar uma página para colocar vídeos, informações e músicas para vender. Trata-se de um campo "abandonado" pela antiga febre, o MySpace e sequer tocado pela iTunes. Em troca, o Google fica com 30% do total das vendas que acontecerão a um preço estipulado pelos músicos.

Parece encantador, mas é preciso olhar o Google Music Store em perspectiva. Em primeira instância, desde que Larry Page reassumiu como CEO da companhia, em janeiro de 2010, o Google não tem medido esforços para unificar as plataformas e banir as que, grosso modo, não vendem um bom conceito. Aliás, Page voltou ao cargo justamente para uma vocação do Google que, segundo ele mesmo, estava esquecida: a de construir bons produtos, em vez de somente criar boas soluções.

O Google Music Store faz parte de uma bem-sucedida tentativa da companhia de Mountain View de tornar o Android um sucesso estrondoso ao aproveitar o conceito lucrativo do iTunes, criado em 2003, oito anos antes, para oferecer ao usuário tudo de que ele precisa. Somente no ano passado, o serviço de música da Apple gerou US$ 6,3 bilhões de acordo com o jornal Washington Post. Nada mais lógico que juntar a receita de bolo da Apple e integrá-la ao Android, ao YouTube e à recém-lançada rede social, que sobrevive sob a promessa de febre que ainda não aconteceu, o Google+.

O colunista de tecnolgia Sam Diaz, do site ZDNet, acredita que o serviço de música do Google deveria ser uma espécie de music player, que reunisse uma série de outros serviços já existentes que promovem interação com redes sociais, como o Spotify, o Pandora e o Sonora, do Terra, por exemplo - todos serviços de streaming. A justificativa de Diaz está no fato de que já existem bons serviços na web para oferecer música, mas não há bons agregadores. O Google poderia entrar nesta brecha e se aproveitar da enorme plataforma que possui. O que Diaz quer dizer é: "por que alguém usaria o Google Music se existem outras - boas - opções?".

Quando a Apple lançou o iPod, em 2001, e o iTunes dois anos mais tarde como um serviço que abrangia inclusive a atualização de softwares para além da música, havia uma proposta nova no mercado. O Google não está exatamente promovendo uma inovação. Ao contrário, ele está usando a esperteza dos negócios para agregar à marca um valor que já foi testado em outros lugares e se provou bem-sucedido. Sem subestimar a força do gigante das buscas online, há um longo caminho - para além do tempo cronológico - que não conta a favor do Google. Por ora, a companhia do CEO Larry Page só quer gritar para o mundo que também quer um pedaço da bilionária pizza da música digital.

Fonte: Terra
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