Governo quer preços mais baixos para roaming internacional
O governo quer iniciar uma negociação envolvendo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras de telefonia para reduzir o preço das tarifas cobradas para ativação de celulares brasileiros no exterior, o chamado roaming internacional.
"Temos que fazer uma negociação, ver como podemos regular isso e discutir os preços", disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a repórteres nesta quarta-feira. "Acho que a única explicação para os preços (atuais) é que tem gente que paga, porque o preço é absolutamente exorbitante", complementou.
O roaming internacional é negociado pelas operadoras livrevemente, geralmente implicando em dupla cobrança - uma da operadora "visitada" e outra da operadora de origem, pelos serviços prestados. A potencial redução dos preços de serviços de roaming pode refletir na receita de serviços de operadoras de telefonia móvel, como Vivo, TIM e Oi. O governo também quer facilitar a cobrança do roaming para estrangeiros no Brasil, disse o ministro.
Bernardo conversou com jornalistas após participar, nesta quarta-feira, de seminário em Brasília sobre infraestrutura de telecomunicações para a Copa do Mundo e Olimpíadas. Segundo o ministro, falta o equivalente a 200 milhões de reais em investimentos para implantar todo a rede necessária de fibras ópticas para o Mundial de 2014.
Além disso, o governo está preparado para fazer esse investimento por meio da estatal Telebrás, mas "parceiros privados são bem-vindos". A ideia, disse Bernardo, é ter, em cada estádio do mundial, duas redes independentes, de modo a dar mais segurança à transmissão dos dados.
Tablets
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que também participou do evento, reiterou que em setembro começarão a ser produzidos computadores tipo tablets e smartphones no Brasil. "Até o Natal não vai faltar opção", afirmou.
Entre as companhias que já planejam fabricar tablets no País estão a ZTE e a Foxconn, que fabrica o iPad. Há 15 empresas inscritas para entrar no negócio e fazer uso dos benefícios fiscais oferecidos pelo governo, e entre elas nove já tiveram a produção autorizada, segundo Mercadante.
Em maio, o governo federal incluiu os computadores tablets na chamada Lei do Bem. Com isso, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre estes dispositivos cai de 15% para 3%. Além disso, a alíquota do PIS/Cofins foi zerada.
De acordo com a empresa de pesquisa IDC, as vendas de tablets no Brasil devem chegar a 300 mil unidades em 2011, com a maior movimentação ocorrendo nos seis últimos meses do ano.