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Grandes sites não aderem a apagão na web contra lei dos EUA

18 jan 2012 - 09h30
(atualizado às 10h15)
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Grandes potências da internet resolveram não aderir ao apagão digital realizado nesta quarta-feira em protesto contra um projeto de lei dos Estados Unidos que pune atos de pirataria eletrônica. As principais adesões foram da enciclopédia eletrônica Wikipedia e do site de notícias sociais Reddit, que deve tirar seus serviços do ar em poucas horas.

Google não aderiu ao blecaute, mas mandou mensagem ao Congresso americano
Google não aderiu ao blecaute, mas mandou mensagem ao Congresso americano
Foto: Reprodução

As empresas de tecnologia em geral se mostram preocupadas com os projetos de lei que tramitam na Câmara e no Senado dos EUA, conhecidos respectivamente pelas siglas (Stop Online Piracy Act, ou Lei para Parar com a Pirataria Online) e Pipa (Protect Intellectual Property Act, ou Lei para Proteger a Propriedade Intelectual), mas a baixa adesão ao protesto desta quarta-feira mostra que essas companhias não estão dispostas a sacrificar um dia do seu faturamento e ainda correrem o risco de atrair a fúria dos usuários por causa de um protesto cujo impacto sobre os congressistas é difícil de avaliar.

A Wikipedia e o Reddit escureceram suas páginas para que os visitantes só pudessem encontrar informações sobre os dois projetos. Dos grandes sites que manifestaram oposição ao projeto, só o Google planejou algum tipo de alteração na home page, que conterá uma mensagem contra as medidas, mas sem impedir o usuário de fazer suas buscas.

"Como muitas empresas, empreendedores e usuários da web, nós nos opomos a esses projetos porque há formas inteligentes e dirigidas de fechar sites estrangeiros insubordinados sem pedir que companhias norte-americanas censurem a internet", disse uma porta-voz do Google. "Então (nesta quarta-feira) vamos nos juntar a outras companhias de tecnologia para destacar essa questão na nossa página inicial nos EUA."

O Twitter decidiu não participar do protesto, e no fim de semana o executivo-chefe Dick Costolo explicou as razões. "Fechar um negócio mundial em reação a uma única questão de política nacional é algo tolo", escreveu ele no microblogue, para em seguida prometer que a companhia continuará envolvida no assunto. "Observem este espaço", tuitou ele.

Várias outras empresas adotaram a posição de criticar os projetos, mas sem tirar seus serviços do ar. Entre elas estão companhias que em novembro escreveram ao Congresso dos EUA se queixando dos projetos, como AOL, eBay, Mozilla e Zynga.

De acordo com a agência EFE, no entanto, vários sites, entre grandes e pequenos, aderiram ao apagão. Mais de 10 mil sites se somaram ao protesto através da página www.sopastrike.com. A iniciativa, que inclui o "blecaute" ou a desativação de alguns sites durante 24 horas, é um projeto da organização sem fins lucrativos Fight for the Future. Tiffany Cheng, cofundadora do Fight for the Future, disse que se trata de uma "luta pela liberdade de expressão". "O protesto contra o Sopa é o maior protesto online jamais organizado. Várias centenas de milhões de pessoas verão mensagens sobre o risco de censurar a internet, e isso é algo sem precedentes", afirmou Cheng.

O presidente da Comissão de Justiça da Câmara dos EUA, Lamar Smith, e um dos autores do projeto Sopa, disse que o "apagão" da Wikipedia e de outros sites é "um golpe publicitário (que) presta um desserviço aos seus usuários ao promover o medo ao invés dos fatos". "Talvez durante o apagão os usuários possam procurar em outro lugar uma definição precisa de pirataria on-line."

Os projetos restringem o acesso e os pagamentos a sites de fora dos EUA que ofereçam conteúdo roubado ou falsificado. As medidas têm o apoio de produtoras cinematográficas, editoras, companhias farmacêuticas e vários outros setores, que alegam perder bilhões de dólares por ano devido à pirataria.

Com informações da Reuters e da EFE.

Fonte: Terra
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