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Nos EUA, brasileiros mostram que são "bons de aplicativos"

6 mai 2011 - 10h04
(atualizado às 12h22)
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Emily Canto Nunes
Direto de Orlando

Pode parecer estranho, diante da imensidão da América Latina, de seus 20 países e da predominância da língua espanhola na região, mas o único estande representante da região no Solutions Show Case - espaço de exposição dentro do BlackBerry World - era brasileiro. Quem conta a conquista é Roberto Dariva, presidente e um dos sócios-fundadores da Navita, empresa que oferece soluções em mobilidade, gestão de custos em telecomunicações, portais e intranet. Segundo ele, um dos motivos da Navita ser a única latina dentre as dezenas de estandes se deve ao fato de os desenvolvedores da região, em sua grande maioria, serem muito pequenos. Esta é a segunda vez que a empresa participa do BlackBerry World e, para Dariva, é um encontro muito proveitoso. "Às vezes ficamos um ano tentando marcar uma reunião com um executivo e aqui os encontramos facilmente, começamos um contato numa festa e já marcarmos uma conversa para o outro dia".

O aplicativo MOP ajuda a polícia da Bahia a se comunicar e prestar um melhor serviço
O aplicativo MOP ajuda a polícia da Bahia a se comunicar e prestar um melhor serviço
Foto: Emily Canto Nunes / Terra

A Navita tem força junto à RIM: além de possuir uma solução bastante conhecida entre os usuários corporativos de BlackBerry, o Navita MobileDevice Management - aplicativo que ajuda as empresas na gestão de custos de telecomunicações -, a companhia de Dariva é responsável por dar treinamento às operadoras do Brasil em nome da RIM. Outra prova da estreita relação da empresa baseada em São Paulo com a fabricante de produtos da marca BlackBerry foi o lançamento, na noite de quarta-feira, durante uma festa para parceiros, desenvolvedores e empresários da América Latina, de um aplicativo de check-in da American Airlines, companhia pela qual grande parte dos participantes do festa deve retornar aos seus países de origem.

Mas um dos aplicativos que mais chamou atenção no evento foi mesmo o tradutor da Navita para o PlayBook, tablet da RIM distribuído para praticamente todos os presentes no BlackBerry World. "Quando apresentamos o aplicativo para os executivos da RIM, um deles disse 'graças a Deus', estava mesmo precisando porque os que tem por aí são muito ruins", contou Dariva.

A Navita tem mais de oito anos no mercado e mais de 300 clientes de seus aplicativos, a maioria desenvolvida em Java e também em Adobe Air, tecnologia que deve se tornar mais comum entre a comunidade de desenvolvedores da BlackBerry, uma vez que o PlayBook roda conteúdo em Flash. Quem também está entusiasmado com o PlayBook, tablet que deve chegar em breve ao Brasil, é Demian Borba, um brasileiro radicado nos Estados Unidos, em San Diego, que abriu há cerca de um ano a empresa de desenvolvimento de aplicativos Action Creations. E mais do que divulgar sua recém-criada empresa, Demian participa do BlackBerry World como um dos representantes da comunidade Flash no Brasil.

Entusiasta da tecnologia da Adobe, o Air Flash, Demian acredita que o PlayBook pode surpreender muita gente não apenas pelas suas características de hardware, como a tela LCD touchscreen de alta resolução e as câmeras em HD, mas também pelo seu sistema operacional, o QNX, segundo ele um sistema bastante robusto, ideal para dispositivos dual-core como o tablet RIM. De acordo com Demian, com a tecnologia Air Flash da Adobe, é possível criar aplicativos de smartphones com design e performance para todas as plataformas, não apenas para BlackBerry, como também para Android e para o iPhone da Apple. "Nós só mudamos a interface, leva apenas algumas horas", contou. Recentemente, sua empresa desenvolveu um aplicativo para a ASP (Association of Surfing Professionals) que permite ao usuário dar uma nota aos surfistas e enviá-las a comissão avaliadora.

Demian, que é um dos mais atuantes da comunidade de Flash no Brasil - apesar de morar nos Estados Unidos - disse que o grupo de desenvolvedores em Adobe é muito apaixonado. Em sua opinião, a decisão da Apple de não rodar sites em Flash no seu browser é puramente comercial, é mágoa do tempo em que Steve Jobs, à frente de uma Apple iniciante, foi buscar parceria com a Adobe e não conseguiu. "Eu estou sempre em contato com o pessoal da Adobe e eles já me garantiram que têm uma solução da Adobe pronta para o Safari", o browser da Apple. "O Flash sofreu no passado pelo mau uso que se fez da tecnologia, resultando em sites pesados, mas hoje isso não existe mais".

Sobre o futuro do BlackBerry na América Latina, Demian arrisca dizer que em breve a empresa, que já é grande na região, vai ultrapassar a Apple em outros países também, vai estar no "comando". E não apenas porque a companhia abraçou uma das maiores comunidades de desenvolvedores do mundo, de Flash, além daquela com a qual já trabalha, no caso, os desenvolvedores de aplicativos em Flash, mas porque oferece soluções de segurança e produtos melhores como o próprio PlayBook, concorrente claro do iPad, da Apple. "Um dos executivos da RIM me disse que eles entraram nessa para ganhar, e não para brincar".

MOP, da Bahia para o BlackBerry World 2011

Outra empresa brasileira também esteve no BlackBerry World para mostrar um de seus cases de sucesso as parceiros, empresários, usuários e demais desenvolvedores reunidos no evento que acabou nesta quinta-feira em Orlando, na Flórida, Estados Unidos. O presidente da TecNew Informática, Marco Tulio Chaparro, esteve no encontro acompanhado de Alan Pereira Evangelista, da Polícia Civil da Bahia, para mostrar o MOP (Mobilidade em Operações Policiais).

O sistema em uso pelas forças de segurança pública da Bahia há dois anos é motivo de orgulho para Chaparro. Por meio de um smartphone BlackBerry, cerca de 600 policiais, 90% deles baseados em Salvador, conseguem acessar as mais diferentes informações a respeito dos cidadãos de todo o Brasil, atualizar o status das ocorrências e agilizar os mais diferentes tipos de atendimento à população.

A solução criada pela TecNew, que só atua junto ao setor público, dá ao policial a possibilidade de descobrir na hora, pelo chassi do carro, se ele é roubado ou não; descobrir pelo apelido de uma alguém se ele é um criminoso por mieo da lista de "alcunhas" registradas; ou ainda saber se uma pessoa detida tem algum mandado de prisão por meio da foto cadastrada no banco de dados a que o MOP tem acesso.

O caminho inverso também é possível: por meio do aplicativo, as centrais de policia da Bahia sabem onde estão os policiais do efetivo, seus últimos movimentos e o número de ocorrências, podendo também enviar mensagens para o efetivo para onde cada um deve ir. "No Carnaval, a policia da Bahia efetuou várias prisões ao encontrar por meio do MOP informações como mandado de prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia das pessoas abordadas. E além de agilizar o atendimento de ocorrências, o sistema está ajudando a segurança da Bahia a montar um mapa criminal do Estado, entre outros avanços", contou entusiasmado o empresário.

A jornalista participa do BlackBerry World a convite da RIM.

Fonte: Terra
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