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PF e procuradoria se preocupam com novos crimes na internet

Roubo de segredos de Estado e sequestro de perfil, mesmo atrás de fraudes bancária e pornografia infantil, são foco da polícia e da PGR

15 mar 2013 - 19h59
(atualizado às 20h00)
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Na Polícia Federal (PF), as denúncias de crimes cibernéticos mais comuns referem-se a fraudes bancárias e à pornografia infantil. Na Procuradoria Geral da República (PGR), as denúncias de pedofilia na internet também são maioria. É o que atestam o delegado Carlos Miguel Sobral, chefe do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Direção-Geral da PF, e o procurador Marcelo Caiado, chefe da Divisão de Segurança da Informação da PGR. Eles participaram de seminário sobre cibersegurança na Câmara, na quarta e na quinta-feira.

Delegado Carlos Miguel Sobral, chefe do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, citou pesquisa sobre roubo e perda de celulares
Delegado Carlos Miguel Sobral, chefe do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, citou pesquisa sobre roubo e perda de celulares
Foto: ADPF / Divulgação

Porém, Sobral e Caiado estão preocupados com o surgimento de novos crimes virtuais. Caiado citou dados da pesquisa High Technology Crime Investigation Association Survey Report 2011, que mostra que, entre os novos crimes na web, estão, por exemplo, "sequestro de perfil" em redes sociais e "roubo de identidade".

O procurador também mencionou o estudo Global Security Map, da organização independente CyberDefcon, que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking de perdas e roubos de dispositivos móveis, atrás apenas da Índia. "O dado é preocupante, pois cada vez mais as pessoas transferem dados do computador para os dispositivos móveis", disse. Ele recomenda a habilitação de senhas/PINs para acesso ao celular. Além disso, habilitar função de deleção após algumas tentativas de bloqueio; instalar softwares de rastreamento; e fazer backups com frequência.

Proteção de segredos

O delegado Sobral afirma que, hoje, a Polícia Federal está especialmente preocupada com novos crimes ligados à segurança da informação, que envolve, por exemplo, a proteção de segredos industriais, estatais e pessoais. "Não sabemos se nossos segredos de Estado estão guardados", enfatizou. Segundo ele, a Polícia Federal montou sistema para receber informações sobre tentativas de ataques.

Embora as denúncias relativas à pornografia infantil e fraudes bancárias ainda sejam a maioria, Sobral explica que essas condutas já foram criminalizadas e já forram estabelecidas estratégias de combate para os crimes. No caso de fraudes, o delegado destaca que o Estado e as empresas hoje investem muito para minimizar os riscos.

"O crime deixa rastros e algumas quadrilhas já foram presas", conta. No caso da pedofilia, ele considera que houve avanço com aprovação da Lei 11.829/08, que criminalizou a aquisição e a posse de material de pornografia infantil. Antes, apenas a transmissão desse material era considerada crime.

Notificação de ataques

As notificações de incidentes de segurança cibernética - nem todos considerados crimes - aumentaram 17% no ano passado em relação a 2011. É o que mostram dados do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Ataques de varredura somam quase metade dos registrados em 2012
Ataques de varredura somam quase metade dos registrados em 2012
Foto: CERT.br / Agência Câmara

No total, foram 466 mil notificações em 2012. Os relatos são enviados espontaneamente por administradores de rede e por usuários de internet. A maior parte das notificações refere-se a varreduras em redes de computadores - estratégia utilizada por criminosos para identificar potenciais alvos.

Em segundo lugar, vêm as tentativas de fraude, que, no ano passado, totalizaram 69,5 mil notificações, correspondendo a um aumento de 72% em relação a 2011. Relatos de casos de páginas falsas de bancos e de sites de comércio eletrônico em 2012 cresceram 95% em relação a 2011. O número de notificações de casos de páginas falsas que não envolvem bancos e sites de comércio eletrônico teve um aumento de 154% em relação a 2011.

Fonte: Terra
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