Senadores americanos questionam eficácia de programa de vigilância
Senadores dos dois partidos majoritários americanos - democratas e republicanos - questionaram, em sessão do Comitê Judiciário do Senado, a eficiência do programa de vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês). Nesta quarta-feira, denúncia do jornal The Guardian apontou que um sistema secreto conhecido como XKeyscore permite à inteligência dos Estados Unidos monitorar "quase tudo o que um usuário típico faz na internet".
O presidente do Senado, Patrick J. Leahy, democrata de Vermont, demonstrou ceticismo sobre o programa, especialmente o monitoramento de telefonemas nos Estados Unidos.
"A equipe de Obama afirma que há uma lista de 'eventos terroristas' que foram detectados com o monitoramento, mas não mostram nenhum dado. Se o programa não é efetivo, deve ser encerrado. Não consigo me convencer (de que é eficiente) pelo que vi. Há grandes violações de privacidade em gravar ligações domésticas", declarou.
No início da audiência, partidários de Obama divulgaram documentos delineando as regras de como os registros telefônicos domésticos podem ser acessados e utilizados por analistas de inteligência.
A sessão acontece uma semana após uma proposta para encerrar o rastreamento de telefones ser derrotada no Senado por uma pequena margem de 217 votos contrários e 205 favoráveis.
De acordo com o The New York Times, o governo de Obama tenta convencer a população a apoiar os programas de vigilância, que já teriam frustrado "ao menos 54 eventos terroristas" não especificados.
Dianne Feinstein, senadora democrata da Califórnia, que defende o programa, concordou, durante a sessão, que ele deve "ser revisado".
Entre os republicanos, o senador Charles E. Grassley, de Iowa, questionou se a espionagem possui base jurídica e criticou abertamente o diretor da NSA, James Clapper, por sua administração em "questões de grande importância".
