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Universitários latino-americanos usam redes sociais com mais frequência

2 jun 2013 - 07h49
(atualizado às 07h49)
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Em estudo para demonstrar a forma como os universitários ao redor do mundo utilizam a internet, a instituição QS revela que os latino-americanos se comportam de forma parecida aos estudantes de outros continentes, com uma exceção: a frequência do uso das redes sociais. De acordo com a pesquisa, mais de 70% dos latinos afirmaram usar sites como Facebook, Twitter, LinkedIn, Pinterest e YouTube "o tempo todo".

O Student's Online Usage: Global Market Trends Report foi feito com base em uma pesquisa com participantes do QS World Grad School Tour entre 2012 e 2013, evento que ocorre em diferentes cidades do mundo, promovendo o contato de estudantes e graduados com universidades de diversos países. Para o relatório, foram questionadas pessoas de 26 países entre Europa, Ásia, África, América Latina e América do Norte. Três pontos chaves foram considerados: tempo gasto online, dispositivo usado para acessar internet e preferência por redes sociais globais.

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Quando perguntada sobre os motivos para usar as redes sociais, a maioria dos estudantes respondeu que elas servem para mantê-los atualizados. Mas entre os entrevistados da América Latina, 50% respondeu usar Facebook, Twitter, LinkedIn, Pinterest e YouTube simplesmente porque acham interessante.

O professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista na Interação entre Humano e Computador, Alex Sandro Gomes, afirma que há uma questão mais complexa por trás dessa motivação. "O uso da rede social é muito mais uma questão de formação de identidade pelos posts e pelas imagens. É quase uma necessidade de falar 'eu existo e eu sou assim'", avalia. Ele observa que, no Brasil, os universitários usam esses meios muito mais para estabelecer contatos e se constituir como pessoa do que como simples passatempo. "O uso não é apenas porque é interessante, é porque é necessário. O fato de manter um perfil tem um impacto na formação da pessoa", opina.

Entre as redes de maior uso na América Latina estão Facebook e YouTube, ambos atingiram 96% das respostas para a pergunta "qual rede social você usa o tempo todo?". Na Europa, esses sites ficaram com 81% e 84%, respectivamente, e na América do Norte, com 78% e 85%. Ainda segundo a QS, o uso do Facebook no Brasil cresce mais de 173% por ano. O Orkut - que não entrou no Student's Online Usage: Global Market Trends Report -, analisado em outros relatórios, ainda tem uma grande porcentagem de usuários no Brasil, mesmo com uma queda anual de cerca de 9,5%.

Privacidade

Para o professor da UFPE, a menor utilização dessas redes entre os europeus e norte-americanos é devido à preocupação com a questão da privacidade que os habitantes desses continentes vem desenvolvendo já há algum tempo. "Eu não percebo isso no Brasil. São poucos os alunos que se preservam e questionam o uso dessas redes. Há uma preocupação muito maior em manter a sua presença nelas", afirma Gomes.

Influenciados em parte pelo uso desses meios de comunicação e informação, os universitários latino-americanos, ao lado dos africanos, aparecem no estudo como os que permanecem mais tempo online. Trinta por cento dos entrevistados desses continentes responderam ficar 5 horas ou mais por dia navegando na internet. Segundo pesquisadores da QS, outros relatórios mostram que 35% da audiência online da América Latina vem do Brasil.

Zero acesso via desktop ou tablet

Entre os dispositivos usados para navegar, nenhum dos entrevistados latino-americanos respondeu usar desktops ou tablets. O acesso à internet se concentra entre smartphones (30%) e laptops (70%). Para Gomes, o uso do celular mostra que a questão da mobilidade está consolidada entre esses estudantes, mas ainda há uma resistência na adoção dos tablets devido ao seu tamanho e ao seu valor, ainda elevado no Brasil. "Esses aparelhos são mais modernos que o celular, mas têm certas limitações. O tablet é maior que a mão e a pessoa não tem a praticidade que tem com o celular de escrever quase tudo só com o dedão", observa o professor do Centro de Informática da UFPE. Ele acredita ainda que o laptop, mesmo mostrando uso mais frequente entre os questionados para a pesquisa, deve perder lugar nos próximos anos para o celular.

Alunos das áreas humanas navegam menos

O

Student's Online Usage: Global Market Trends Report

mostra ainda que entre os que passam mais tempo conectados à internet estão os alunos de cursos ligados a Engenharia e Tecnologia. Desses, 43% responderam passar 5 horas ou mais online por dia, enquanto apenas 17% dos estudantes das áreas de Artes e Humanas revelam esse comportamento. Os últimos também dizem usar menos os smartphones. Apenas 4% dos alunos entrevistados dessas áreas usam esses aparelhos para navegar.

Gomes acredita que isso ocorra devido aos diferentes hábitos que esses cursos acabam impondo aos alunos. "O pessoal das humanas valoriza o convívio social e outros tipos de literatura. O estudante de tecnologia se forma pelo contato com internet e precisa até se instruir sobre isso", observa.

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Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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