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Yoani Sánchez confia que "em breve" haverá transição democrática em Cuba

13 mar 2013 - 21h34
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A blogueira cubana Yoani Sánchez afirmou nesta quarta-feira que espera que "muito em breve" haverá uma transição à democracia na ilha e pediu à comunidade internacional uma postura "exigente" em relação à violação de direitos humanos em seu país.

"Tenho esperança" que a transição acontecerá "muito em breve porque noto uma ebulição na sociedade civil, um aumento da crítica", declarou ao canal "Televisa".

"O regime também está perdendo muito espaço, muito controle sobre a realidade", afirmou a filóloga que no dia 18 de fevereiro iniciou no Brasil uma viagem internacional de 80 dias.

Yoani reconheceu que com Raúl Castro no poder ocorreram "certas reformas econômicas", mas destacou que "em temas de direitos civis de associação e expressão nada evoluiu".

Na opinião de muitos cubanos, "Raúl Castro não se atreveu a aprofundar ou agilizar as reformas porque seu irmão mais velho está olhando tudo", disse a blogueira em alusão a Fidel, a quem descreveu como "um homem que ficou encalhado no século 20".

Fidel Castro representa um "freio às reformas", mas já está "na meia-noite de sua vida", acrescentou Yoani, que lamentou a "grande confusão" que existe em muitos países da Europa e da América Latina que afrouxaram sua postura em relação à ilha.

Sobre os grupos que a atacaram durante sua viagem, a criadora do blog "Generación Y" indicou que, embora não tenha provas que o governo cubano esteja por trás deles, assinalou que todos operaram da mesma forma no Brasil, na República Tcheca, na Espanha e no México.

Yoani aceitou esses atos porque são uma "mostra que há liberdade de expressão", mas lamentou que se baseiem em insultos e tentem restringir sua própria liberdade.

"Respeito seu direito de protestar, mas têm que respeitar meu direito à réplica", comentou Yoani após lembrar que desde pequena escutava as mesmas acusações que agora fazem a ela contra qualquer pessoa que emitia críticas.

"Qualquer opositor era tachado de agente americano, mercenário, recrutado pela CIA ou pelo Pentágono, mas essa é a estratégia do governo para desviar a atenção do verdadeiro conflito na ilha", concluiu.

Em uma visita horas depois à Universidade Ibero-Americana, a ativista cubana afirmou que em seu retorno a Cuba tentará fundar um meio de comunicação "embora seja proibido", para manter-se como uma pessoa "profundamente incômoda" para o governo de seu país.

Yoani explicou que com sua atividade perdeu sua privacidade, mas também lhe deixou uma satisfação enorme, ao poder "tirar a máscara em um país cheio de sussurros".

Acrescentou que para ela o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez representou o parâmetro da figura messiânica, carregada de grandes doses de populismo, demagogia e acúmulo de poder político e midiático.

A blogueira considerou ainda que "o senso popular é que, sem Chávez, o presidente cubano Raúl Castro se verá forçado a acelerar reformas econômicas e políticas no país".

EFE   
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