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Isolados em Gaza, hackers abrem conexões com o mundo

21 mai 2015 - 15h53
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Com escassez de empregos e tempo livre sobrando, alguns habitantes de Gaza com conhecimento de tecnologia encontraram uma nova maneira de conseguir dinheiro oferecendo linhas telefônicas baseadas em Internet e redirecionando chamadas internacionais.

Intervenções sobre serviços de Voz sobre IP (VoIP) são um fenômeno já há alguns anos. Mas agora Gaza, isolada por um bloqueio imposto por Israel e Egito, está entrando na onda usando a conexão mais forte que tem com o mundo exterior: a Internet.

Existem várias maneiras de se invadir redes VoIP. Fontes familiarizadas com a prática em Gaza dizem que a tática envolve o uso de servidores dedicados para capturar o máximo de endereços IP telefônicos possível, especialmente de grandes corporações e empresas.

Depois vem um processo demorado de testar possíveis combinações de credenciais de usuários e senhas contra os endereços. Como as pessoas normalmente não mudam as senhas padrão, é apenas uma questão de tempo até que muitas destas contas sejam invadidas. A partir disso a linha, e qualquer crédito vinculado a ela, fica sob controle dos hackers.

Os hackers então vendem o acesso às linhas a terceiros - algumas vezes uma empresa legítima, outras vezes algum outro hacker de VoIP e são pagos via transaferência eletrônica.

Para aqueles que o fazem em Gaza, uma faixa de terras com 40 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura onde vivem 1,8 milhão de pessoas, essa é a chance de usar conhecimentos técnicos para ganhar dinheiro num momento em que empregos são poucos e o desemprego paira em volta de 50 por cento.

"O que podemos fazer? Morrer ou encontrar uma forma de viver", disse um hacker de 25 anos que trabalha no sul de Gaza.

Um hacker bem sucedido pode faturar até 50 mil dólares por mês se conseguir boas linhas. Porém, podem ficar semanas sem lucrar nada.

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