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Mercadante: liberdade e interlocução são a essência da web

1 jul 2011 - 13h14
(atualizado às 13h33)
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Rafael Maia
Direto de Porto Alegre

Para o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o Brasil só encontrará as raízes para um futuro igualitário e justo quando se fala em internet quando entender a necessidade de manter este meio essencialmente livre e trazer para dentro dele a interlocução ativa com diversos setores da sociedade.

Ministro fez palestra, reuniu-se com profissionais da área de TI e até tomou chimarrão
Ministro fez palestra, reuniu-se com profissionais da área de TI e até tomou chimarrão
Foto: Tárlis Schneider/Ag Freelancer / Especial para Terra

Segundo Mercadante, que falou na manhã desta sexta-feira no 12º fisl - fórum internacional software livre - em Porto Alegre, estes dois conceitos caminham juntos. Para ele, a liberdade na internet acontece quando todos - e não só as universidades e os grandes centros de pesquisa - participam da construção desta ferramenta, como acontece com o exemplo do software livre.

Para que essa realidade seja possível, o ministro acredita que o Brasil precisa aproveitar o bom momento econômico - impulsionado pelo pré-sal e pelo rígido controle da inflação - para investir no que ele chamou de PPB - Produto Produtivo Básico - em conjunto com o aumento da produção interna.

"O Brasil hoje cresce mais para dentro do que para fora. Conseguimos tirar mais de 30 milhões de pessoas de uma situação de pobreza", afirmou o ministro ao ressaltar que é preciso se espelhar em bons exemplos do uso do dinheiro público que vem de recursos naturais no mundo, como o da Noruega, que criou um fundo soberano para investimento em educação e inovação.

Atualmente, o governo planeja colocar em prática um programa que, de acordo com o ministro, pode revolucionar a questão da inovação e pesquisa em termos nacionais ao mesmo tempo que pode inserir definitivamente o País no mercado internacional de TICs. Trata-se do programa "Ciência Sem Fronteira", que espera, nos próximos quatro anos, lançar 75 mil bolsas de estudo para o exterior e atrair cerca de 300 lideranças científicas para o Brasil. A meta do programa é atingir direta e indiretamentre mais de 8 milhões de pessoas. "Os setores de tecnologia da informação são os setores dos futuro", concluiu Mercadante.

Os investimentos em dispositivos móveis

Empolgado nos pouco mais de quarenta minutos de palestra, o ministro também falou sobre a preocupação do governo em relação à produção de peças para dispositivos móveis no Brasil. Segundo Mercadante, uma equipe do governo federal está a caminho de Taiwan para uma nova rodada de negociações com a montadora do iPhone e do iPad da Apple. A expectativa do governo é que, até 2014, 80% das peças de um tablet, por exemplo, sejam produção nacional.

O ministro também afirmou a importância da inclusão digital de áreas afastadas do centro-sul do Brasil e do objetivo de fornecer, nos próximos quatro anos, banda larga de 5 MB por R$ 35 a todas as regiões do País. Quanto à Amazônia, o ministro cogitou a possibilidade do lançamento de um satélite público para sinal aberto devido à dificuldade de acesso a regiões mais remotas da floresta. "Não é justo alijar uma área tão importante do ponto de vista da biodiversidade do acesso à internet", encerrou.

Fonte: Terra
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