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Microsoft busca recuperar terreno com tablet e novo Windows

25 out 2012 - 18h52
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A empresa norte-americana Microsoft está apostando em novos lançamentos para recuperar o terreno perdido, após uma década em que foi ofuscada, no imaginário dos consumidores, por gigantes tecnológicas como Apple e Google.

A empresa lança, quase simultaneamente, um novo tablet chamado Surface e a versão 8 do Windows. Ao mesmo tempo, o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, disse em entrevista à BBC que planeja novos aparelhos: "É certo dizer que faremos mais hardware? Obviamente. Aproveitaremos oportunidades importantes para criar novos padrões (de produtos)."

Até o momento, a Microsoft havia focado seus esforços em softwares, salvo exceções como o videogame Xbox e o console Kinect.

Agora, diz Ballmer, a empresa está "em um desses momentos mais importantes de sua história" com o lançamento do Surface, descrito pelo CEO como "épico".

Para críticos, porém, o produto chega atrasado a um mercado já dominado por produtos como iPad, Android e Kindle.

Ao mesmo tempo, trata-se da aposta da Microsoft num momento em que o mercado de PCs está em declínio pela primeira vez desde 2001 (segundo dados da empresa de pesquisas IHS iSuppli). A queda é de apenas 1%, aponta a Associated Press, mas indica uma tendência de queda que pode afetar um mercado muito importante para a Microsoft.

Lançamentos

Como o primeiro hardware da Microsoft, o Surface é o feito mais importante da Microsoft nos últimos anos, explica o repórter de tecnologia da BBC, Rory Cellan-Jones. A capa do produto é um fino teclado que pode ser conectado ao tablet.

O aparelho opera no Windows 8, lançado nesta quinta-feira. Trata-se de uma atualização radical do sistema operacional - historicamente, o principal produto da Microsoft -, que passa a operar com uma interface "touchscreen", com "trilhas" que funcionam como botões para abrir aplicativos e mostrar suas atualizações (e-mails recebidos, notícias recentes, posts em redes sociais etc).

O Windows 8 ambém é visto como um marco da empresa, descrito por alguns observadores desse mercado como um dos passos mais significativos da Microsoft desde o lançamento do Windows 95.

Quanto a planos futuros, Ballmer dá poucos detalhes. "Nós nos comprometemos a seguir um caminho de fazer o que for necessário, da perspectiva de inovação em hardware e software e da perspectiva da nuvem", limitou-se a dizer à BBC. Por enquanto, ele só confirmou os planos de fazer uma versão Pro do Surface, a ser vendida em janeiro.

Eclispe

O período de Ballmer no comando da Microsoft coincidiu com o eclipse da empresa diante de concorrentes como a Apple. Dentro da companhia, muitos descrevem Ballmer como um líder que garantiu que a empresa seguisse firme em meio a crises; a revista Forbes, porém, o listou como o CEO mais "desastroso" do mundo corporativo americano, e a Vanity Fair diz que a década dele na liderança da Microsoft foi "perdida".

Em entrevista à BBC, Ballmer refuta essas noções. "Diria claramente que a tecnologia mais empolgante dos últimos dez anos é o PC Windows", diz. "Não tenho remorsos quanto à forma como os PC mudaram o mundo na década."

De fato, antes dos smartphones, a empresa dominava o mercado, estando presente em estimados 95% dos computadores pessoais vendidos. Mas hoje deixou de ser a queridinha do mercado de tecnologia. No último dia 18, anunciou que sua receita líquida no primeiro trimestre do ano fiscal (terminado em 30 de setembro) caiu de US$ 5,74 bilhões em 2011 para US$ 4,47 bilhões, e um dos motivos que parecem estar por trás disso é a queda global nas vendas de PCs.

O problema é que, para analistas, o mundo está se movendo à era "pós-PC", e a empresa se vê diante do desafio de começar uma nova era de inovação e de dar novo impulso ao uso do Windows.

Ao ser questionado se a Microsoft está atrasada no mercado de tablets, Ballmer afirma que "não há nada como o Surface".

Agora, especula-se se Ballmer estaria preparando um smartphone próprio da Microsoft.

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