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América Latina impulsiona resultados do Facebook

2 ago 2013 - 18h59
(atualizado às 18h59)
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O rápido crescimento do Facebook na América Latina contribuiu para os resultados espetaculares da rede social no segundo trimestre, enquanto a baixa penetração de smartphones promete ainda novos negócios por algum tempo.

O Facebook surpreendeu todo o mundo na semana passada com um aumento de 53 por cento de suas receitas, e suas ações superaram pela primeira vez, na quarta-feira, o preço de sua estreia na bolsa, em maio de 2012.

"Tivemos um papel importante no crescimento dos resultados da companhia", disse o vice-presidente da empresa para América Latina, Alexandre Hohagen, em entrevista à Reuters por telefone.

"E estamos muito longe do teto", completou o executivo brasileiro de 45 anos. "Somos uma região de 600 milhões de pessoas onde ainda há 250 milhões que nunca se conectaram à Internet."

O Facebook não divulga suas receitas na América Latina. Mas Hohagen disse que o crescimento de sua base de usuários ajuda a ter uma ideia: o Brasil — seu maior mercado — passou de 12 milhões de usuários em 2011 para 76 milhões atualmente, disputando com a Índia o segundo lugar depois dos Estados Unidos.

A empresa norte-americana disse que superou os 200 milhões de usuários na América Latina.

"Meus chefes em Menlo Park estão olhando para cá e dizendo: é uma região com muito potencial, porque ainda está muito longe da saturação", disse o executivo, citando a cidade ao sul de São Francisco, onde está a sede da companhia.

Os resultados do segundo trimestre dissiparam o temor de Wall Street de que o Facebook não soubesse monetizar sua base de 1,15 bilhão de usuários. O dilema típico das empresas de Internet contribuiu para derrubar o preço das ações do Facebook depois da maior oferta pública da história do Vale do Silício.

Mais celulares

E a chave do sucesso está na inserção de publicidade nas pequenas telas dos telefones celulares, a plataforma cada vez mais usada para acessar o Facebook. As receitas da companhia com anúncios em celulares dispararam 75 por cento no segundo trimestre, para quase metade das vendas totais de publicidade.

Hohagen disse que o potencial é enorme na América Latina, onde os smartphones são para muitos apenas um sonho de consumo. "O fato de ter uma baixa penetração de smartphones é uma oportunidade gigantesca", disse.

A comScore, uma empresa de análise de negócios digitais, calcula que na América Latina apenas 8,1% das páginas são consultadas por dispositivos móveis. Nos Estados Unidos, são 17,4% e no Reino Unido, 32,8%.

Mas a migração de desktops para celulares está ocorrendo em ritmo vertiginoso. No ano passado, a quantidade de páginas vistas a partir de celulares era três vezes menor.

A empresa de inteligência de mercado IDC prevê que 42,5% dos 188 milhões de telefones celulares vendidos este ano na América Latina serão smartphones. E em 2014, a venda de smartphones deve superar pela primeira vez a de aparelhos convencionais.

Hohagen disse que na América Latina os anunciantes estão se adaptando rapidamente às telas pequenas, tema sobre o qual os analistas tinham algumas dúvidas. "As empresas estão adotando naturalmente uma estratégia de monetização pelo celular", disse o executivo brasileiro.

América Latina

O sucesso do Facebook na América Latina se deve um pouco ao boom econômico da última década que massificou a Internet e também pela natureza sociável dos latino-americanos.

A região tem hoje cerca de 200 milhões de usuários ativos mensais, ou 18 por cento de sua base global de cerca de 1,15 bilhão de usuários.

"É difícil encontrar uma empresa de tecnologia na qual a América Latina tenha uma representatividade tão grande", disse Hohagen.

Além do Brasil, o México também aparece entre os dez maiores usuários do Facebook do planeta, segundo a empresa de análise de conteúdo web Semiocast.

A companhia francesa - cujos cálculos mostram números superiores aos do Facebook, como, por exemplo, 84 milhões de usuários para o Brasil - estima que o México tem cerca de 50 milhões de usuários, a Argentina, 24 milhões, a Colômbia, 19,8 milhões, o Peru, 11,6 milhões, a Venezuela 11 milhões e o Chile, 10,8 milhões.

Nos últimos dois anos e meio, o Facebook abriu escritórios em São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires e Miami. E o de São Paulo, que há um ano estava tão vazio que Hohagen conseguia dar uma volta de bicicleta, não consegue abrigar agora os 16 novos funcionários que a companhia quer contratar.

"Brasil, Argentina, México, Chile e Colômbia são os países onde estamos mais concentrados hoje", explica o executivo. "A sutileza é ir onde estão as empresas que têm mais sentido para o crescimento do negócio".

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