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Apple: analistas têm expectativas modestas para resultados da empresa

23 jul 2012 - 11h31
(atualizado às 12h50)
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A Apple vai enfrentar um fenômeno incomum ao reportar os mais recentes resultados trimestrais: expectativas modestas. Poucos analistas esperam que a mais valiosa empresa de tecnologia - que costuma superar as expectativas de Wall Street - volte a apresentar um trimestre de recordes, na terça-feira, em função da espera dos consumidores pelo novo iPhone.

Empresa do CEO Tim Cook anuncia nesta terça-feira os resultados do trimestre
Empresa do CEO Tim Cook anuncia nesta terça-feira os resultados do trimestre
Foto: AFP

A Apple pode surpreender os agentes de mercado, mas muitos analistas e investidores de Wall Street lembraram que a espera pelo novo iPhone, no ano passado, levou a empresa a não alcançar as projeções no quarto trimestre, pela primeira vez em anos.

O iPhone 5 só deve chegar às lojas em outubro - bem em tempo para a temporada de festas - com tela maior e mais fina e recursos de busca aperfeiçoados.

Se somada a desaceleração das economias da Europa e China, os maiores mercados da empresa fora da América do Norte, o otimismo sobre a queridinha de Wall Street é ainda menor do que vinha sendo nos últimos anos.

"A Apple não é mais a empresa que supera as projeções a cada trimestre", disse Tim Lesko, diretor de carteira da Granite Investment Advisors, que detém ações da Apple. "Espero que a Apple supere as projeções internas da empresa, mas não sei se superará as de Wall Street".

Tony Sacconaghi, analista da Bernstein Research, vê chance razoável de que a Apple deixe de cumprir suas projeções de faturamento, mencionando "a fraqueza macroeconômica na China e Europa, a pausa no ciclo de produto do iPhone, uma introdução mais tardia que a esperada do novo iPad na China e a chegada no final do trimestre dos novos notebooks Mac".

Qualquer solavanco na demanda pelo smartphone mais vendido pode ter forte impacto sobre o faturamento e o lucro da Apple, já que o aparelho lançado cinco anos atrás responde por quase 50% das receitas da Apple. E isso surge em um momento no qual a Samsung Electronics e outros fabricantes que utilizam o software Android do rival Google estão roubando mercado da companhia líder.

A expectativa é de que a Apple registre lucro de 10,35 dólares por ação no terceiro trimestre fiscal, com faturamento de 37,2 bilhões de dólares, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.

Mas alguns analistas de Wall Street apostam que os números ficarão abaixo disso. O faturamento da Apple pode ficar 0,2 por cento abaixo de sua projeção média, de acordo com a SmartEstimates, da Thomson Reuters Starmine, que confere maior peso às projeções mais precisas dos analistas mais bem classificados.

iPad na China

Alguns analistas, entretanto, acreditam que o mercado esteja subestimando o impacto do lançamento tardio do iPad na China, um ponto de intensa expansão para a empresa e forte propulsor de crescimento.

As vendas na China, Hong Kong e Taiwan triplicaram, para 7,9 bilhões de dólares, no segundo trimestre, e responderam por cerca de 20% do faturamento total de 39,2 bilhões de dólares da Apple.

A empresa costuma lançar um novo modelo do iPhone a cada ano, mas ainda não revelou detalhes sobre o novo modelo. No entanto, pessoas próximas à situação informaram à Reuters que o novo iPhone terá tela maior e que a Apple começou a fazer encomendas de novas telas a fornecedores da Coreia do Sul e Japão.

Enquanto isso, o iPhone 4S está no mercado há apenas três trimestres e continua relativamente novo, sob qualquer critério. Mas muitos fãs do iPhone agora o veem como produto cíclico com cronogramas de lançamento razoavelmente previsíveis, e preferem esperar alguns meses para comprar o modelo novo, segundo analistas.

Wall Street estima que a Apple tenha vendido 29 milhões de iPhones no segundo trimestre, ante 35,1 milhões no período precedente. As vendas do novo iPad, que devem atingir de 14 milhões a 15 milhões de unidades, podem compensar em parte a queda do iPhone.

Além da preocupação com as vendas do iPhone, Wall Street está preocupada com a ascensão de Google e Amazon no mercado móvel, especialmente com o lançamento do Nexus 7, um tablet menor e mais barato do Google que vem ganhando popularidade.

Mas o mercado não chega a estar pessimista quanto ao longo prazo para a maior companhia mundial de tecnologia por valor de mercado, e a maior parte dos observadores acredita que a Apple recuperará o volume de vendas perdido do iPhone no trimestre do Natal.

"No quadro geral, a queda não importa", disse Shaw Wu, analista da Sterne Agee. "Eles continuam por cima, no panorama mais amplo. A situação atual é passageira".

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