Apple licenciou patentes para Microsoft, declara executivo
Dan Levine e Edwin Chan
13 ago2012 - 14h50
(atualizado às 15h12)
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A Apple licenciou à Microsoft patentes premiadas de design, mas com acordo anticlonagem para evitar imitação do iPhone e do iPad, afirmou nesta segunda-feira um executivo da Apple.
O diretor de Licenciamento de Patentes da Apple, Boris Teksler, deu essa declaração em um dos mais importantes julgamentos sobre tecnologia em anos, em que a companhia norte-americana acusa a Samsung de plagiar o iPhone e o iPad, enquanto a sul-coreana acusa a concorrente de infringir várias patentes de tecnologia wireless.
A Apple procurou a Samsung em 2010 na esperança de fazer acordo para licenciamento de patentes antes de brigarem nos tribunais.
Teksler afirmou que a Apple ofereceu o licenciamento de uma série de patentes, embora tivesse uma categoria de patentes altamente protegidas, relacionadas ao que ele chamou de "experiência única de usuário".
Essa categoria incluía patentes que estão em disputa no processo, como as relacionadas ao visual de iPhone e iPad. Teksler declarou na semana passa aos jurados que poderia contar "nos dedos" as vezes que a Apple licenciou tais patentes.
As negociações entre Apple e Samsung não resultaram em nenhum acordo de licenciamento e a primeira companhia entrou com processo em San Jose (Califórnia) em abril de 2011.
A decisão de licenciar as patentes de design à Microsoft não feria a estratégia da Apple porque proibia fazer imitações, disse Teksler.
"Não havia nenhuma autorização relacionada a essas patentes para fazer clones de qualquer tipo", afirmou o diretor.
O julgamento Apple x Samsung Um júri formado por 10 pessoas irá decidir se alguma das empresas quebrou alguma patente da concorrente no desenvolvimento de seus produtos. O julgamento do caso no tribunal de San José, na Califórnia, é o primeiro de uma série de processos que as empresas movem contra a outra em 10 países.
A Apple pede na Justiça uma reparação de mais de US$ 2,5 bilhões, alegando que a Samsung se tornou líder no mercado de smartphones copiando o design, as funcionalidades e a aparência geral dos seus produtos. A companhia americana tenta provar ao júri que a sul-coreana quebrou nove de suas patentes no desenvolvimento de mais de 20 produtos, entre eles o smartphone Galaxy S II e o tablet Galaxy Tab 10.1.
Já a Samsung diz que a Apple está tentando reprimir a competição com o bloqueio da venda de seus produtos, diminuindo a escolha dos consumidores para "manter seus lucros historicamente exorbitantes". A sul-coreana alega que a Apple quebrou duas patentes essenciais para transmissão de dados 3G e outras três sobre funcionalidades dos aparelhos.
Desenho feito pela artista Vicki Behringer retrata momento em que Charles Verhoeven (D), advogado da Samsung, apresenta defesa contra as acusações da Apple por quebra de patentes no tribunal de San José, na Califórnia. A companhia sul-coreana afirmou que já estava indo na direção do design do iPhone antes do produto ser lançado, em 2007. "Ser inspirado por um produto se chama competição, não cópia", disseram os advogados
Foto: Reuters
Em sua declaração inicial na corte, a Samsung foi acusada de buscar inspiração nos produtos da Apple ao invés de inovar por conta própria. O advogado da Apple Harold McIlhenny (C) defendeu que a empresa fez uma aposta arriscada que deu certo ao desenvolver o iPhone
Foto: Reuters
Documentos apresentados ao júri mostram que a Samsung afirmou, em uma análise interna, que competir com o iPhone seria inevitável, e que o hardware do aparelho era "fácil de copiar"
Foto: Reuters
O designer industrial Christopher Stringer (D) foi a primeira testemunha da Apple a depôr, depois das considerações iniciais do advogado Harold McElhinny (E). O funcionário está há 17 anos na Apple e contou como nasce um produto na empresa. "Nosso trabalho é imaginar produtos que não existem e orientar o processo que os leva à vida", afirmou. "Fomos roubados", disse durante o depoimento, se referindo ao design do iPhone
Foto: Reuters
Com um celular em mãos, o advogado da Apple Bill Lee (D) admitiu que a Samsung poderia ter inovado e, até mesmo, superado a Apple no mercado por mérito próprio, mas preferiu copiar o design e a interface do iPhone porque não era capaz de competir no mercado de smartphones com os aparelhos que possuía
Foto: Reuters
Foto: Terra
Bill Lee (E), advogado da Apple, questiona o diretor de estratégia da Samsung, Justin Denison, durante o julgamento em San José
Foto: Reuters
O diretor de softwares da Apple, Scott Forstall (D), foi uma das testemunhas a depôr no julgamento. No desenho, ele é questionado pelo advogado Harold McElhinny
Foto: Reuters
Kevin Johnson, advogado da Samsung, questiona o diretor de software da Apple, Scott Forstall (D), em desenho divulgado na sexta-feira. A Apple pediu à Justiça dos Estados Unidos para punir a Samsung Electronics por infringir patentes de telefones celulares
Foto: Reuters
O vice-presidente de marketing da Apple, Phil Schiller (D), disse que ficou impressionado com a aparência do Galaxy S, smartphone da Samsung lançado em 2010, em sua semelhança com produtos como o iPhone
Foto: Reuters
Phil Schiller, vice-presidente de marketing da Apple, revelou detalhes sobre o quanto a Apple gasta em publicidade e marketing. Em 2008, foram US$ 97,5 milhões em publicidade apenas para o iPhone. No ano seguinte, US$ 149,6 milhões e, em 2010, US$ 173,3 milhões - com um custo adicional de US$ 149,5 milhões só para promover o iPad
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Advogado da Apple, Harold McElhinny (E), acusa Samsung por quebra de patentes no tribunal de San José, na Califórnia. A Apple pede na Justiça uma reparação de mais de US$ 2,5 bilhões, alegando que a Samsung se tornou líder no mercado de smartphones copiando o design, as funcionalidades e a aparência geral dos seus produtos
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