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Apple não cumpre projeções devido à baixa em vendas do iPhone

26 jul 2012 - 11h26
(atualizado às 12h29)
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O maior sucesso da Apple tornou-se o maior fator de risco para a empresa.

iPhone - 2007 - Steve Jobs apresentou o aparelho que integrava o tocador de música iPod com telefone na abertura da Macworld em 9 de janeiro de 2007. As vendas começaram em 29 de junho daquele ano
iPhone - 2007 - Steve Jobs apresentou o aparelho que integrava o tocador de música iPod com telefone na abertura da Macworld em 9 de janeiro de 2007. As vendas começaram em 29 de junho daquele ano
Foto: Wikimedia Commons / Divulgação

O iPhone revolucionou o setor de smartphones, propelindo a expansão da Apple na Europa e China e, depois de apenas meia década, responde por cerca de metade dos US$ 100 bilhões anuais que a empresa fatura.

Mas a mais valiosa empresa mundial de tecnologia - que superou as projeções de Wall Street durante quase toda a recessão - começa a perder sua aura de invencibilidade.

A Apple ficou abaixo das projeções de Wall Street por duas vezes em menos de um ano. O presidente-executivo, Tim Cook, agora talvez tenha de se preocupar mais com os ciclos econômicos e de lançamento de produtos e com os caprichos de consumidores.

Os números anunciados na terça-feira também mostraram o impacto da desaceleração na Europa sobre as vendas, algo que não teria afetado a Apple alguns anos atrás, quando a companhia era menor e estava menos exposta.

"A Apple está um pouco mais vulnerável", disse Giri Cherukiri, diretor de operações da OakBrook Investments. "Eles apresentam pontos vulneráveis, agora".

E o motivo dessa vulnerabilidade é o sucesso e o tamanho da empresa.

"Quando eram menores, conseguiam passar por cima de tudo", disse Shaw Wu, analista da Sterne Agee. "Agora, sua presença é tão grande que isso se tornou mais difícil".

A mudança de sentimentos tornou-se evidente na conversa de Cook com investidores depois do anúncio de que a empresa não havia cumprido as projeções de Wall Street para seu terceiro trimestre fiscal, na terça-feira.

Cook avaliou como a economia global - particularmente na Itália, França, Grécia e China - afetou as vendas do iPhone. Esses comentários destoaram de afirmações suas feitas em 2009, de que a Apple deixava "as projeções e comentários econômicos aos economistas".

Na terça-feira, entretanto, ele se estendeu mais em suas considerações sobre o ambiente de negócios.

"Estamos certamente vendo desaceleração de negócios naquela área", ele declarou sobre a Europa Ocidental. "Felizmente, Estados Unidos e China... não estamos vendo coisa alguma nesses lugares que vejamos como problema econômico óbvio".

iPhone/

O smartphone que registra imensas vendas e confere brilho especial à marca Apple é um produto altamente cíclico. Os compradores aparecem em hordas sempre que uma nova versão é lançada, formando filas nas lojas desde a madrugada e arrematando todo o estoque disponível.

Essa popularidade reforça as especulações quanto ao aparelho a cada ano, já que mais de 100 milhões de compradores precisam decidir anualmente quando partirão para o novo modelo, se compram já ou esperam por uma nova geração do aparelho, com preço igual mas recursos ampliados.

As datas mais previsíveis de lançamento também significam que os compradores sabem mais sobre ciclos de produtos e cronogramas de lançamento, apesar dos esforços da Apple para manter segredo.

"Quando você depende tanto de um único aparelho, seu ciclo de vida terá impacto muito maior sobre os resultados", disse Michael Holt, analista da Morningstar.

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